A tragédia e a destruição provocada pelas chuvas e enchentes devem causar prejuízos de R$ 120 milhões para o setor de turismo de Santa Catarina. De acordo com o presidente da Santa Catarina Turismo (Santur), empresa ligada à Secretaria do Turismo, a rede hoteleira está esvaziada em 50% neste momento. A diminuição da ocupação dos hotéis afeta diretamente outros setores. "E isso é só o início da cadeia, porque aí sofre também todo o comércio", diz Valdir Walendowsky, presidente da Santur.
A previsão de Walendowsky se baseia nos dados do turismo catarinense em novembro do ano passado, quando a movimentação foi de R$ 928 milhões. "Esperávamos a mesma quantia ou mais para este ano, mas tivemos uma semana praticamente perdida", afirma. Os órgãos oficiais garantem que o acesso às praias estará livre na alta temporada, do feriado de Natal até o carnaval, e que as chuvas foram uma exceção que não deve se repetir a curto prazo.
O receio da falta de estrutura e problemas semelhantes preocupa veranistas. O representante comercial André Mauricio Nabozni deveria efetivar a reserva para 25 pessoas de um resort, na praia de Governador Celso Ramos, na última segunda-feira. Nabozni preferiu esperar para saber se os acessos estarão liberados. "Ficamos um pouco inseguros. Ninguém sabe a situação para os próximos dias. O medo é de que a estrada esteja bloqueada e complique a viagem", diz.
O diretor comercial da Serra Verde Express, Adonai Arruda Filho, afirma que cerca de 500 pessoas cancelaram a viagem CuritibaMorretes para o próximo fim de semana. Arruda Filho explica que grande número de turistas cariocas e paulistas aproveitam a viagem ao litoral de Santa Catarina para realizar o trajeto de trem.
Mário Pera, gerente geral da Pousada Vila do Farol, em Bombinhas, confirma que as chuvas e enchentes prejudicarão a temporada. "Mas isso não quer dizer que se transformou em uma ameaça", diz."o turismo consegue se adequar".
