Noite de resgatar a tradição. O sábado (13) de Carnaval em Antonina foi dos blocos folclóricos em que as crianças tomaram conta da Rua Doutor Carlos Gomes da Costa, transformada em Avenida da folia. Os 130 metros da via ficaram repletos de foliões antes do fim da passagem de todos os blocos.
E o folião compareceu em massa para prestigiar os desfiles, seguido do baile de rua. A estimativa da prefeitura e da Polícia Militar é de que entre 35 mil a 40 mil pessoas compareceram à folia antoninense.
O Bloco Boi do Norte, mais antigo da cidade, comemorou 90 anos de carnaval de rua. Criado em 1920, levou para a avenida crianças trajadas com imagens do boi.
Personagens conhecidos do carnaval da cidade também compareceram: a Velha, personagem que há 30 anos está na avenida, a Bailarina, ambos homens travestidos de mulher, o palhaço Carlinhos, saíram em mais de um bloco, para a alegria dos foliões.
Às 23h30 do sábado, quando ainda faltavam três blocos para se apresentar, o público já não cabia só nas escadas que serviam de arquibancada e começou a invadir a avenida. Foi em meio à multidão que o Bloco do Boneco e o Bloco do Dragão passaram. À 1h20 de domingo começou, oficialmente, o baile de rua, quando o folião já festejava há horas. O Bloco Ultima Hora não conseguiu abrir passagem entre o público e não desfilou.
Os pequenos também mostraram vontade de levar a tradição dos da festa de rua nos blocos Boi Barroso, Apinagés e Dragão. Em Antonina, folia aprende-se desde cedo. Muito cedo. Na concentração, pais davam os últimos retoques nas fantasias dos filhos. Estes faziam um último ensaio dos passos que exibiram ao público.
Entre os pequenos foliões, Maria Júlia e Lara, ambas com 7 meses de idade, encararam a caráter sua primeira festa do Rei Momo. Os pais de Maria Júlia, o enfermeiro Marco Aurélio Ferreira e a professora Juliana Ferreira, vestiram a menina como uma pequena índia Apinagé. "Aqui, a festa é muito tranquila. Dá para trazer criança sem problema", contou a mãe. "Gostamos de todos os blocos, participamos desde a infância e decidimos fazer o mesmo com a nossa filha", disse o pai.
Já a fantasia de Lara era a de baiana. "Amanhã (domingo, 14), ela vem de bailarina", contou a mãe, a estudante Flávia Kalline. Ainda sem saber andar, o bebê mostrou-se entusiasmado com o batuque dos tamborins. "Aqui em Antonina, todo mundo aprende a gostar de carnaval desde cedo", explicou Flávia.



