• Carregando...

Trinta minutos após o acidente, bombeiros, socorristas do Siate e polícia ainda tentavam definir os limites do cordão de isolamento na Praça Tiradentes. Cen­tenas de pessoas acompanhavam preocupadas o trabalho de resgate às vítimas. Cerca de 17 feridos menos graves pareciam ter saído de um cenário de guerra, enrolados em faixas, com muito sangue e ainda sem a condição de contar os detalhes do acidente. Outros sete em estado mais grave ficaram deitados em uma coberta esticada sobre a rua à espera de atendimento.

Motorista do Peugeot atingido, Sandro Kloch diz ter sido salvo pelo cinto de segurança – ele sofreu ferimentos leves no braço. Ele diz não ter visto o ônibus, nem se recorda de barulho de buzina. "Só lembro de um carro dando sinal de luz alta no retrovisor", afirma. Ontem, Kloch recebeu alta no Hospital Cajuru e foi encaminhado por um policial à Delegacia de Trânsito, onde iria prestar depoimento.

Além dos dois mortos, o acidente deixou 32 feridos, incluindo Kloch. Os hospitais Evan­gélico, Trabalhador, Cajuru e Angelina Caron, na região me­­tropolitana, receberam as vítimas durante a tarde de ontem (veja lista). Até o fechamento desta edição, 18 pessoas continuavam em observação.

Susto

Para a diarista Cleusa Martins Rodrigues, 54 anos, moradora de Campo Magro, o acidente foi assustador. Ela estava na frente da Pernambucanas quando ouviu um barulho muito alto. "Quando vi o ônibus, saí correndo, mas não deu tempo", lamenta. Em observação no Hospital Evangélico, diz sentir muitas dores por causa de uma peça do ônibus que a atingiu nas costas. "Fiquei com a roupa cheia de cacos de vidro, também". Lem­bra que foi socorrida por uma pessoa da Farmácia Nissei. Ia pagar o INSS na lotérica, mas antes parou para olhar um aquecedor na vitrine da Per­nam­­bucanas.

A promotora de eventos Luzia dos Santos, 34 anos, costumava ir para o trabalho a pé. Ontem, resolveu pegar o ligeirinho na direção do Shopping Mueller. Ao perceber que o motorista não conseguia controlar o ônibus – mesmo puxando a direção para a esquerda, o veículo ia para a direita, lembra ela –, manteve-se agachada para proteger-se. Até chegar dentro da loja, só gravou os gritos dos passageiros, pedindo para parar, e do motorista, avisando que não conseguia controlar o veículo. "Foi muito rápido e tinha muito pânico. Quando me levantei, estava lavada de sangue. Os gritos de que o ônibus poderia pegar fogo vieram na sequência", lembra. Luzia quebrou o nariz e bateu a perna.

O pai de Marilene Félix dos Santos, 28 anos, assustou-se quando soube que a filha estava entre os feridos. José dos Santos, 64 anos, morador de Colombo, soube da notícia pela televisão e não imaginou que Marilene estivesse entre as vítimas. Poucos minutos depois, a família recebeu uma ligação do marido de Marilene, avisando do acidente. "Minha filha estava procurando emprego. Levou uma das filhas à escola, no Alto Maracanã, e foi para o Centro", disse. Marilene esteve internada no Hospital Angelina Caron e recebeu alta, ainda ontem à tarde.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]