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Imposto do cheque

CCJ pode adiar por 30 dias votação da CPMF

Pedido já foi protocolado na Mesa do Senado. Ação pode ser adotada para evitar manobra do governo contra votação na Comissão

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Marco Maciel (DEM-PE), protocolou nesta sexta-feira (9) junto à Mesa da Casa um comunicado em que autoriza a prorrogação por 30 dias no prazo de tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prorroga a cobrança da CPMF até 2011. "Comunico que a CCJ do Senado dá por prorrogado o prazo para a emissão de parecer concernente à proposta, tendo em vista o acordo que celebramos, no dia seis do mês corrente, com a participação dos líderes do governo e do Democratas", afirma o comunicado.

Marco Maciel, no entanto, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que este prazo só será estendido caso o governo resolva argumentar que a matéria deve ser levada diretamente ao plenário, sem que haja votação da CCJ. A manobra decorre do número apertado de votos que o governo tem de margem para aprovar a CPMF na comissão. Líderes governistas disseram nesta quinta (8) que venceriam a batalha na CCJ por 12x10.

Voto incerto

Mas os governistas dependem do voto incerto do senador Pedro Simon (PMDB-RS) para alcançar este objetivo. "Nós estamos acertados com o governo para apresentar na segunda-feira. Mantenho a data de segunda-feira. Eles estão descumprindo o acordo. Então, nos deixaram à vontade. A gente está fazendo um negócio limpo", disse a relatora da CPMF na CCJ, Kátia Abreu (DEM-TO), que apresentará parecer contrário à prorrogação do tributo.

Ela argumenta que a decisão "preventiva" decorre de "bochichos" nos jornais e nos corredores do Senado sobre um a manobra do governo para esvaziar a reunião da comissão de Justiça. Ela deu como exemplo a provável ausência do senador Jefferson Péres (PDT-AM), que teria alegado outros compromissos para não comparecer ao Senado na segunda-feira (12). "Esta reunião está marcada há mais de 10 dias", protestou.

Irritação

A líder do bloco do governo no Senado, Ideli Salvatti (PT-SC), reagiu com irritação à decisão do presidente da CCJ. "Quem disse que nós iríamos mandar para o plenário? De onde que ele tirou essa idéia? Nós vamos deliberar na CCJ. Passei ontem (quinta-feira, 8) o dia inteiro no telefone [articulando a votação na base aliada]. É uma medida desnecessária. Está tudo organizado. É uma posição unilateral bastante desagradável", disse Ideli.

A senadora ainda informou que a possível ausência de Jefferson Péres não decorre de qualquer articulação governista. "Se ele não vier, tem o suplente. Se o suplente não aparecer, ainda teremos bastante quórum para deliberar sobre a matéria", garantiu.

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