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Olho vivo

Colarinho 1

A Sanepar não contratou escritório de advocacia para atender ex-diretores, diz uma nota encaminhada pela empresa a esta coluna, a propósito da notícia publicada ontem, segundo a qual serviços de advogados especializados em crimes do colarinho- branco foram colocados à disposição do seu ex-presidente Caio Brandão. Ao negar, a Sanepar confirma a notícia: sim, o escritório Marcelo Kintzel Graciano & Advogados Associados foi chamado para, entre outros, defender Brandão numa ação penal que corre em Paranacity.

Colarinho 2

A Sanepar informa ainda que fez licitação para contratar o escritório, já que seu próprio departamento jurídico não trata de assuntos penais. Em carta à direção da empresa, Brandão recusou a oferta e informou que se defende por conta própria por meio do advogado Cid Campêlo Filho. E que o seu caso nada tem a ver com "colarinho-branco": é apenas de uma ação que trata do vazamento de esgoto num riacho de Paranacity iniciada ao tempo em que era presidente da companhia, em 2003.

Indenizados

R$ 812 mil foram pagos neste ano pelo governo do estado a 60 pessoas que sofreram perseguição política durante o regime militar. A indenização decorre da aplicação da Lei 15.671 sancionada por Requião, em 2007. Um dos indenizados (no seu caso, com R$ 30 mil) é o ex-secretário da Fazenda Erasmo Garanhão, que no governo José Richa (1983/87) foi demitido por envolvimento em empréstimos irregulares.

Que droga! Fracassou a primeira tentativa de compra da draga para o Porto de Paranaguá. A abertura dos envelopes contendo propostas dos inscritos na licitação internacional, que seria realizada ontem, foi repentinamente adiada para o dia 29 de outubro. A informação oficial, segundo nota publicada pela Appa, é de que a prorrogação foi decidida para "reforçar a divulgação da concorrência para que mais empresas tenham oportunidade de apresentar suas propostas".

Esta é a informação oficial. A extraoficial é um pouco diferente: diante dos fortes indícios de que a concorrência estava dirigida para aquisição de uma draga previamente identificada – conforme antecipado por esta coluna na edição do último dia 1.º – o Tribunal de Contas resolveu pedir explicações à Appa. Vários questionamentos foram feitos quanto aos termos do edital de concorrência. Coisas estranhas precisam ser esclarecidas antes do dia 29.

Uma delas: se a concorrência é internacional, por que só pequenos jornais do interior do Paraná publicaram o edital? Já que não se tem notícia da existência de algum estaleiro fabricante de dragas em Barra do Jacaré ou em Salto do Lontra, não seria mais aconselhável avisar, por exemplo, os que leem jornais na Ásia ou na Escandinávia, onde se localiza a maior parte da indústria e comércio navais?

Outra versão extraoficial: o adiamento teria sido provocado pelo próprio governador Requião que, tendo chamado o superintendente da Appa, Daniel Lúcio, ao Palácio, na semana passada, para cobrar-lhe explicações sobre a suposta fraude, dele não teria recebido respostas convincentes.

O lixo num buraco

O dia do armagedon do lixo de Curitiba pode estar próximo: o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Victor Hugo Burko, comunicou anteontem ao prefeito Beto Richa que em nenhuma hipótese será prorrogado o prazo para utilização do aterro da Caximba, que termina em 31 de dezembro. Então eis a questão: onde depositar as 2.500 toneladas de dejetos produzidos diariamente na capital e em outras 16 cidades vizinhas que usam o Caximba? Suspender a coleta e deixar a podridão nas ruas?

O próprio Burko sugeriu ao prefeito uma solução paliativa, provisória para evitar o caos: a construção de uma grande vala em uma das duas áreas que já obtiveram licença prévia do IAP, uma em Fazenda Rio Grande, de propriedade da empresa Estre, e outra em Mandirituba, da Cavo, que já executa o serviço de coleta de Curitiba.

Segundo o presidente do IAP, esta é a única alternativa que resta enquanto não for resolvido imblóglio judicial da concorrência para implantar a indústria de processamento do lixo metropolitano (o Sipar). Sem outra solução a curto prazo, o jeito é continuar aplicando o velho e obsoleto modo de amontoar o lixo em algum lugar.

Mas para isso, explica Burko, Richa, se quiser evitar o caos, terá de assinar o quanto antes um decreto declarando situação de emergência, o que lhe permitirá (com a concordância dos demais prefeitos), entregar a uma daquelas duas empresas proprietárias das áreas, sem concorrência, a tarefa de fazer um grande buraco para nele enterrar o lixo. Com um detalhe técnico que Burko faz questão de frisar: as valas terão de ser impermeabilizadas e o chorume resultante retirado do local e devidamente tratado.

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