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O julgamento de Suzane von Richthofen, acusada de participação na morte dos pais Marísia e Manfred, em outubro de 2002, poderá ficar para 2007 se o Superior Tribunal de Justiça (STJ) conceder liberdade provisória nesta terça-feira. A avaliação é do promotor público Nadir de Campos Júnior. Segundo ele, se a liberdade for concedida, haverá desmembramento do julgamento e Suzane conseguirá postergar o júri.

- Se o STJ conceder liberdade a Suzane, o julgamento será desmembrado. Em tese, o júri dos Cravinhos, que estão presos, permaneceria em 17 de julho e o de Suzane ficaria para 18 de setembro. A estratégia dos advogados, já noticiada por aí, seria que eles faltariam à sessão e Suzane não aceitaria um defensor público. Como depois de setembro não há mais pauta para julgamento de réu solto, o júri seria transferido para 2007 - disse o promotor.

Segundo Nadir de Campos Júnior, se Suzane for presa novamente não interessará a seus advogados adiar o julgamento. Será melhor resolver logo a questão para poder apelar da sentença.

O promotor argumenta que Suzane corre perigo se permanecer solta. Para ele, como o caso ganhou notoriedade na imprensa, 'não é difícil uma pessoa querer fazer justiça com as próprias mãos, colocando em risco a vida da garota'.

- O artigo 431 do Código Penal determina que os réus presos têm de ser julgados primeiro - afirma Mauro Nacif, o advogado de Suzane.

Segundo ele, a defesa sequer precisará pedir o desmembramento do júri, recurso possível quando os réus se acusam mutuamente. Neste caso, Suzane acusa os irmãos de serem autores intelectuais do crime. Os dois afirmam que a idéia foi da filha das vítimas. Se os três estiverem presos, o desmembramento será pedido, mas o promotor decidirá quem será julgado primeiro.

A defesa tem ainda uma nova cartada na manga, já apresentada como pedido à Justiça: a transferência do júri para alguma cidade do interior do estado.

- Gostaríamos que o júri ocorresse em São José do Rio Preto ou em Ribeirão Preto (pela ordem, a 450 quilômetros e a 330 quilômetros da capital paulista) - diz Nacif.

Para o advogado, nestas cidades, a pressão da mídia será menor.

- As sedes das empresas de comunicação estão em São Paulo e será preciso uma operação de logística para levar as equipes para o interior - argumenta o advogado.

Os advogados pediram ainda que não seja exibida aos jurados a entrevista que Suzane deu ao 'Fantástico', na qual fingiu chorar. Para Nacif, a divulgação da conversa de bastidor dos advogados orientando a jovem a chorar diante das câmeras, violou o sigilo entre profissional e cliente. Depois da veiculação da entrevista, no dia 10 de abril, a prisão de Suzane foi novamente decretada.

A Promotoria fez o pedido de prisão e afirmou que Suzane tentou tirar passaporte para sair do país. Para os promotores, a liberdade de Suzane também colocava em risco o irmão dela, Andreas von Richthofen, com quem disputa a herança da família. Suzane ficou cerca de 45 dias presa e foi transferida para prisão domiciliar por determinação do ministro Nilson Naves, do STJ.

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