O Conselho de Ética da Câmara de Vereadores de Curitiba se reuniu na manhã desta quinta-feira (21) para receber a denúncia contra o presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB), por possíveis irregularidades administrativas em dois contratos de publicidade entre a Câmara e duas agências de publicidade que são alvos de questionamentos no Tribunal de Contas (TC).
A denúncia foi protocolada pelo economista Éverton de Andrade e foi baseada em reportagens publicadas na Gazeta do Povo desde a última sexta-feira (15). A denúncia alega que o presidente da Câmara teria violado o princípio constitucional da Publicidade dos atos e teria cometido improbidade administrativa ao contratar a empresa Oficina da Notícia, de propriedade de sua mulher, Cláudia Queiróz Guedes, como beneficiária de um contrato com o legislativo municipal enquanto ela ainda era funcionária da Câmara. O caso também está sendo investigado pelo Ministério Público estadual.
Primeira reunião
Compareceram na primeira reunião do Conselho de Ética para apreciar o caso dos contratos supostamente irregulares o presidente da conselho vereador Francisco Garcez (PSDB), e os outros membros titulares Jorge Yamawaki (PSDB), Pastor Valdemir Soares (PRB), e Zezinho do Sabará (PSB). A vereadora Noêmia Rocha (PMDB), justificou a sua ausência. Também estiveram presentes os vereadores Odilon Volkmann (PSDB), Paulo Salamuni (PV).
No encontro foi lida a denúncia e decidido que tanto o denunciante, quanto Derosso que assumiu interinamente a prefeitura até o próximo sábado, enquanto o prefeito Luciano Ducci (PSB) está em viagem à Europa serão convocados para prestar esclarecimentos. O Conselho de Ética tem um prazo de 30 dias para apresentar um relatório sobre o caso. Caso seja condenado, o presidente da Câmara pode sofrer sanções que vão desde advertência até a perda do mandato.
Questionado se haveria isenção na investigação do Conselho pelo fato de Derosso pertencer ao mesmo partido que ele, o presidente Francisco Garcez negou. "Somos inclusive adversários, disputando o mesmo núcleo eleitoral do Boqueirão. Nossa busca é pela total transparência dos atos da casa", disse.
Ao mesmo tempo em que o Conselho se reunia na Câmara, a bancada de oposição composta pelos vereadores petistas Professora Josete, Jonny Stica, Pedro Paulo e também o vereador Algaci Túlio (PMDB) estiveram no TC pedindo informações sobre os contratos.
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