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Sucessão presidencial

Marina e PV ficam neutros no 2.º turno

Ex-candidata diz que o velho pragmatismo dominou a disputa política entre PT e PSDB e que ambos os partidos pregam a “mútua aniquilação”

O apoio de Marina e do PV era cobiçado por Dilma e por Serra | Maurício Lima/AFP
O apoio de Marina e do PV era cobiçado por Dilma e por Serra (Foto: Maurício Lima/AFP)

São Paulo - Em sintonia com os dirigentes do Partido Verde (PV), a ex-candidata à Presidência da República Marina Silva anunciou ontem a sua posição de independência no 2.º turno em convenção com militantes e não militantes do partido em São Paulo. A posição contribui com o equilíbrio do processo eleitoral, segundo ela. "No meu entendimento, expressa o que deve ser a nossa posição no segundo turno", disse.

Em seu discurso, Marina criticou o velho pragmatismo que dominou a disputa política entre PT e PSDB. A senadora leu uma carta, que será encaminhada aos candidatos José Serra e Dilma Rousseff, em que chama os dois partidos de fiadores "do conservadorismo". "A escolha se estende agora à atitude de vocês", disse Marina, terceira colocada na eleição presidencial, com quase 20 milhões de votos.

Na visão da ex-candidata, os dois partidos pregam a "mútua aniquilação" na disputa entre Dilma e Serra. "A agressividade do seu confronto pelo poder sufoca a construção de uma política de paz", atacou a senadora. A verde prometeu, ainda, defender sua fé – ela é evangélica – sem contudo usá-la "como arma eleitoral".

Questionada sobre em quem votaria neste segundo turno, Marina desconversou e se limitou a dizer que "voto é secreto". Sobre se já havia votado nulo, ela tergiversou: "Não me lembro."

Ao negar que tenha "lavado as mãos" sobre o apoio no segundo turno, Marina disse que não estava ali para "oferecer um destino" aos eleitores. A ex-candidata sugeriu que ambos procurem fazer um "convencimento maduro dos eleitores" com propostas. "A sociedade deu um sinal claro de que não quer o confronto."

Dos 92 votantes, apenas quatro declararam favoráveis ao apoio de um ou outro concorrente. Mesmo Fernando Gabeira, o candidato derrotado ao governo do Rio que contou com o apoio do tucano no primeiro turno, preferiu a independência do partido. Indivi­dual­mente, os filiados serão liberados para aderir às campanhas da petista ou do tucano, mas não poderão utilizar símbolos do PV ou falar em nome do partido. Dirigentes e diretórios nacionais e estaduais do PV estão proibidos de declarar seu voto nessas eleições ou se manifestar a favor ou contra algum candidato. Gabeira, no entanto, que já declarou seu apoio a José Serra, pode fazê-lo porque não é dirigente do partido.

O vice-presidente nacional do PV, Alfredo Sirkis, deu um parecer sobre o acolhimento das propostas do PV pelo PSDB e pelo PT. Segundo ele, o PT foi o partido que sinalizou maior interesse nos pontos sugeridos pela plataforma de Marina Silva. "O pessoal da Dilma foi mais completo (na avaliação das propostas do PV)", afirmou. Sirkis criticou a carta encaminhada pelos tucanos e assinada pelo presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, e disse que enquanto o texto assinado por Dilma foi mais programático, a carta do PSDB teve um tom mais político e deu "a impressão de ter sido feita às pressas".

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