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Interlocutor do vice-presidente Michel Temer, o paranaense Rodrigo Rocha Loures diz que o PMDB saiu “maior desta eleição” | Luiz Alves/ Agência Câmara
Interlocutor do vice-presidente Michel Temer, o paranaense Rodrigo Rocha Loures diz que o PMDB saiu “maior desta eleição”| Foto: Luiz Alves/ Agência Câmara

Para  Sartori, PT precisa ter "humildade"

Folhapress

Eleito governador do Rio Grande do Sul após uma intensa troca de ataques com o PT de Tarso Genro – atual governador derrotado nas urnas –, o peemedebista José Ivo Sartori (PMDB) diz que o partido da presidente Dilma Rousseff precisa ter "humildade" e fazer uma "autocrítica".

Ele afirma que a população desaprovou as estratégias de desconstrução adotadas na campanha nacional e que "quem é plural e democrático" não pode achar que os outros estão sempre equivocados.

"Tem gente que acha que está sempre certa, que os outros estão sempre errados. Está na hora de ter humildade, fazer um pouco de autocrítica e perceber que o Brasil pode ser diferente, inclusive nas disputas eleitorais", disse o peemedebista.

Sartori impôs no domingo uma derrota por larga margem ao PT, no quinto maior colégio eleitoral do país – venceu o segundo turno com 61% dos votos, ante 39% de Tarso. Na eleição presidencial, ele apoiou Marina Silva (PSB) no primeiro turno e Aécio Neves (PSDB) na segunda etapa.

O peemedebista diz que "não vem de graça" a rejeição ao PT em algumas fatias do eleitorado e que o partido adversário "ficou igual a todo mundo". "Deve ter gente que deve ter plantado lá atrás e hoje tem essa aversão", declarou.

Exemplos

Ele cita como exemplos atitudes históricas, como a de não fazer parte do governo de Itamar Franco (1992-1994) e diz que houve um "aprendizado" que fez os petistas se abrirem a coligações. Mas afirma que não é "anti-PT" nem "antininguém".

No Rio Grande do Sul, o PMDB é um tradicional opositor do PT – a eleição deste ano foi a quarta nos últimos 20 anos em que as duas siglas disputaram o segundo turno no estado.

Fortalecido pelas urnas, com a eleição de sete governadores e a manutenção da segunda maior bancada no Congresso, com 66 deputados e 18 senadores, o PMDB será o grande aliado petista para compor o governo de Dilma Rousseff. O partido, porém, deve cobrar caro pela governabilidade. "O PMDB cresceu e emerge dessa eleição maior do que entrou. Isso sugere um espaço maior, mais importante", diz o presidente da legenda do Paraná, Rodrigo Rocha Loures.

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Segundo ele, o PMDB quer espaço para debater os grandes temas do próximo mandato, como reforma política e economia. "O PMDB será protagonista", diz Rocha Loures, um dos principais interlocutores do vice-presidente Michel Temer, que também ocupa a presidência nacional do PMDB.

Nos bastidores, Temer vinha dando vários sinais de descontentamento com a relação PT-PMDB. O quadro teria se agravado durante a corrida eleitoral, quando decisões de campanha eram tomadas sem a presença do vice. A situação, agora, parece ser outra. Dilma, em seu pronunciamento como presidente reeleita, no domingo, em Brasília, dirigiu seu primeiro agradecimento a Temer. Caberá ao vice manter o PMDB unido junto ao governo. A fidelidade do partido é essencial para que o Planalto consiga dialogar com um Congresso considerado "conservador" e diluído entre 28 partidos. "Para isso, a articulação de Temer será fundamental. É ele que tem conseguido manter o partido unido", diz o deputado federal João Arruda (PMDB-PR).

Nessas eleições, boa parte da bancada do PMDB não escondia a preferência por Aécio Neves e, nos estados, governadores da legenda se elegeram com discurso contrário ao PT.

Na Câmara, o próprio líder do PMDB, Eduardo Cunha, é visto como inimigo pelo Planalto. Ontem, Cunha disse que o PT não poderá ocupar o comando do Congresso na próxima legislatura. Nesta eleição, o PT conquistou a maior bancada da Câmara com 70 deputados, quatro a mais do que o PMDB, segundo no ranking. As duas legendas fizeram um acordo em 2010, pelo qual ficou acertado um rodízio entre os dois partidos na presidência da Câmara. "Não tem sentido você defender que o partido que ganhou a eleição fique também com o comando do Congresso porque seria uma hegemonização do poder na mão no PT", afirmou o deputado, que é cotado para assumir a presidência da Casa.

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