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Palácio Iguaçu: comissionados podem entrar no debate | Antônio More /  Gazeta do Povo
Palácio Iguaçu: comissionados podem entrar no debate| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo

Acompanhe o debate na Gazeta

A Gazeta do Povo vai acompanhar em tempo real, em seu site, o debate entre os candidatos ao governo do Paraná, nesta noite, na Band TV. O evento começa às 22h. Para acompanhar a cobertura, basta entrar no site da Gazeta.

A cobertura da Gazeta terá informações, em tempo real, de repórteres in loco no debate. Também haverá comentários dos blogueiros Ana Paula Mira (do blog Toda Letra), Rodrigo Apolloni (do blog Interrompemos Nossa Programação) e Willian Bressan (do blog Sintonizando).

RIC e RPC também farão debate

O debate da Band será o primeiro confronto direto dos candidatos nas eleições de 2014 no Paraná.

Estão previstos outros dois debates no estado: na RIC TV, no dia 26 de setembro, uma sexta-feira; e na RPC TV, em 30 de setembro, uma terça-feira.

A TV Band promove hoje à noite o primeiro debate entre os candidatos ao governo do Paraná. O programa está previsto para começar às 22h. Todos os oito candidatos foram convidados e confirmaram participação à direção da emissora.

A Gazeta do Povo preparou uma relação de assuntos que podem ser discutidos pelos candidatos hoje à noite e sobre os quais há controvérsia. O objetivo é que o leitor saiba antecipadamente quais são os fatos relativos a esses temas para que não pairem dúvidas sobre quem tem razão.

● O Paraná e o governo federal

● O estado sem dinheiro

● Despesas com saúde

● A máquina inchada

● Richa e o pedágio

A Gazeta fará a cobertura completa do debate, em tempo real, no site do jornal. Além da equipe de jornalistas que relatará o que está acontecendo, o acompanhamento das discussões também será feito pelos blogueiros Ana Paula Mira (do blog Toda Letra), Rodrigo Apolloni (do blog Interrompemos Nossa Programação) e Willian Bressan (do blog Sintonizando)..

O programa de hoje terá um regulamento diferente do apresentado pela emissora no debate dos presidenciáveis, realizado na terça-feira. Serão quatro blocos: nos três primeiros, os candidatos farão perguntas diretas entre si. Cada participante poderá escolher o adversário que irá responder sua pergunta – e cada um só poderá responder a uma questão. O primeiro a perguntar, por ordem definida em sorteio, será Roberto Requião (PMDB). O quarto bloco está reservado para as considerações finais.

O Paraná e o governo federal

O que Beto Richa (PSDB) vai dizer: o Paraná é tratado com preconceito pelo governo federal. Empréstimos foram barrados por questões políticas.

O que Gleisi Hoffmann (PT)vai dizer: a falta de competência da gestão tucana é responsável pelos empréstimos barrados.

Fatos: o Paraná, realmente, é um dos estados que menos recebe investimentos diretos do governo federal. Matéria da Gazeta do Povo do início de agosto mostra que, em 12 anos, o estado recebeu menos da metade dos investimentos realizados no Rio Grande do Sul – para comparar com um estado social, política e economicamente similar ao Paraná. Mas vale destacar que essa situação é muito anterior à gestão de Richa: durante todo o governo de Requião, aliado do então presidente Lula, o Paraná foi um dos últimos colocados em investimento per capita. Além disso, Minas Gerais, estado gerido pelo PSDB, está entre os que mais recebeu recursos. Logo, a tese de que o Paraná é prejudicado por ter um opositor no governo não pode ser considerada para esse cenário. Quanto aos empréstimos, de fato, eles foram barrados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN). O caso que mais ganhou destaque foi o do Proinveste: dos 27 estados da federação, o Paraná foi o único a não ter acesso a essa linha de crédito – a situação foi revertida na Justiça. A justificativa dada pela STN era que o Paraná não cumpria requisitos da Lei de Responsabilidade Fiscal. O limite máximo de gastos com o funcionalismo era descumprido, assim como o limite mínimo de gastos com saúde – dois fatos verdadeiros. (Voltar ao topo)

O estado sem dinheiro

O que Gleisi e Requião vão dizer: o governo Richa, por falta de competência, deixou as finanças do Paraná em situação caótica.

O que Richa vai dizer: a "herança maldita" do governo Requião, combinado com as sabotagens do governo federal, criaram dificuldades de caixa que já estão sendo resolvidas.

Fatos: as finanças do estado realmente passaram por uma crise, especialmente entre o fim de 2013 e o início de 2014. Um dos fatos mais usados pelos adversários de Richa são as viaturas sem gasolina. Isso ocorreu em dezembro de 2013, quando o abastecimento de viaturas chegou a ser suspenso em algumas regiões. Outro indicativo, bem mais significativo, foi a dívida de R$ 1,1 bilhão do governo com fornecedores. Richa disse, em discurso no início da campanha, que herdou R$ 4,5 bilhões em dívidas do governo Requião. Uma delas é a dívida de R$ 1,1 bilhão do Pasep. Com base em lei estadual, Requião deixou de recolher esse valor da contribuição dos servidores. Mas a lei foi declarada inconstitucional em 2011. Richa também culpou o governo federal pela situação ao bloquear os empréstimos. Já Requião chegou a falar no excesso de gastos com publicidade como vilão. É uma meia verdade. O governo Richa aumentou de forma significativa os gastos com publicidade: de R$ 20 milhões ao ano no final no governo Requião para R$ 88 milhões em 2012, e R$ 96 milhões em 2013. O impacto disso no orçamento, entretanto, não é suficiente para causar um desequilíbrio: cerca de 0,3% do orçamento total do estado. (Voltar ao topo)

Despesas com saúde

O que Gleisi vai dizer: o governo Richa não gasta o mínimo exigido em saúde.

O que Richa vai dizer: o governo Requião já não gastava o mínimo exigido e a situação está sendo corrigida.

Fatos: desde que Richa assumiu o Palácio Iguaçu, o governo não destinou em nenhum dos anos o mínimo constitucional de 12% das receitas para a saúde. Em 2011, Richa gastou apenas 8,3%. Nos anos seguintes, esse gasto cresceu, mas sem atingir o mínimo necessário: 9,1% em 2012 e 11,2% em 2013. Para 2014, o governo terá que complementar o que não foi gasto em 2013, após acordo com o Tribunal de Contas. Requião também não cumpriu o limite mínimo em 2004 e 2005, dois primeiros anos de vigência do mínimo de 12%. Ele gastou 10% em 2004 e 10,3% em 2005. A situação voltou a se repetir em 2007, quando o governo investiu 11,6%. Nos outros anos, o peemedebista incluiu gastos com o programa Leite das Crianças, com saneamento e com o Hospital da Polícia Militar entre as despesas da saúde para "inflar" as cifras – algo não previsto pela legislação federal. (Voltar ao topo)

A máquina inchada

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O que Gleisi vai dizer: o governo Richa inchou a máquina pública com funcionários comissionados e isso causou o descumprimento dos limites constitucionais com gastos com servidores.

O que Richa vai dizer: o governo reduziu os gastos com comissionados e sua participação no orçamento é insignificante para desequilibrar as contas.

Fatos: proporcionalmente, o Paraná tinha, no fim de 2013, o menor número de comissionados entre os governos estaduais do Brasil. Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Estaduais, do IBGE, o Paraná tinha 2.602 comissionados no final de 2013, em um universo de 208,4 mil servidores. A pesquisa mostrou também que, contrariando a tendência nacional, esse número caiu entre 2012 e 2013 – tanto proporcionalmente quanto em números absolutos. Em 2012, o Paraná era apenas o sétimo estado nesse quesito. O peso desses funcionários na folha de pagamento total seria insuficiente para um enxugamento na folha do estado: 0,87%. Essa redução, entretanto, ocorreu depois que a STN se recusou a liberar empréstimos ao Paraná pelo descumprimento dos limites máximos de gasto com pessoal. Antes disso, Richa criou 476 novos cargos, reajustou o salário desses funcionários e chegou a aumentar em 10% o número de cargos preenchidos depois das eleições de 2012. (Voltar ao topo)

Richa e o pedágio

O que Requião vão dizer: Richa retirou ações judiciais contra o pedágio. O governador também recebeu dinheiro de pessoas ligadas às concessionárias para sua campanha a governador.

O que Richa vai dizer: seu governo não retirou as ações e as doações feitas não tinham relação com qualquer ação dessas empresas referentes ao pedágio.

Fatos: em junho de 2014, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) solicitou a extinção de 36 ações que tramitavam na Justiça questionando reajustes do pedágio. A PGE alegou perda de objeto e disse que foram fixadas medidas compensatórias para a retirada das ações. É frisado, também, que a retirada dos processos não implica a retirada de ações referentes à tarifas-base. Segundo a PGE, os atos ainda não foram autorizados por Richa. Já sobre as doações, um relatório do Ministério Público Federal (MPF) mostra que Richa recebeu, em 2010, R$ 2 milhões de duas empreiteiras acionistas de empresas de pedágio. Na campanha de 2008, recebeu R$ 1 milhão de diversas empresas ligadas ao pedágio. O mesmo relatório mostra que o próprio Requião recebeu doações de pessoas ligadas ao pedágio em 2010, mas em valores bem mais modestos: R$ 15 mil. Gleisi também recebeu doações: R$ 514 mil em 2008 e R$ 1,3 milhão em 2010. (Voltar ao topo)

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