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A presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) disse em discurso nesta quinta-feira (1º), ao ser empossada no Congresso Nacional, que fará ajustes na economia "com o menor sacrifício possível para a população". Ela se comprometeu a encaminhar uma reforma política e anunciou o lançamento da terceira edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A presidente disse ainda que "predadores internos" vêm atacando a Petrobras, envolvida em escândalos de corrupção e alvo da operação Lava Jato, da Polícia Federal.
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Leia a íntegra do discurso de posse
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Dilma chegou ao Congresso às 15h05. Em seguida, ela e o vice-presidente Michel Temer (PMDB) leram compromisso constitucional. Após assinar o termo de posse, a presidente fez um discurso de aproximadamente 40 minutos. Ela disse que terá mais responsabilidades no segundo mandato. "O projeto de nação que é detentor do mais profundo e duradouro apoio de nossa história democrática triunfou", disse em relação à eleição de outubro do ano passado. "E permanece devido aos grandes resultados que conseguiu até agora. E também porque o entendeu que este é um projeto coletivo e de longo prazo."
Dilma disse que, após os dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva, o povo brasileiro tem "a primeira geração" que vivem "sem o fantasma da fome". "Nunca tantos brasileiros ascenderam às classes médias", afirmou. "Nunca o salário mínimo e os demais salários se valorizaram por tanto tempo e com tanto vigor." Ela disse que os brasileiros têm mais acesso à casa própria, ao ensino técnico e às universidades.
Economia
A petista prometeu aumentar investimentos e fazer um ajuste na economia que não atinja os mais pobres. "Faremos isso com o menor sacrifício possível para a população, em especial com os mais necessitados. Reafirmo meu compromisso com os direitos trabalhistas e previdenciários", afirmou. "Vamos derrotar a falsa tese que afirma que existir um conflito entre estabilidade econômica e crescimento".
Dilma ressaltou o respeito a princípios macroeconômicos, como controle da inflação e responsabilidade fiscal, como prioridades no seu governo. "As mudanças que o país espera dependem de estabilidade e credibilidade na economia", disse a presidente. Mas Dilma fez questão de pontuar que seu primeiro governo teve méritos na economia. "Na economia, temos com que nos preocupar, mas também o que comemorar", afirmou ao afirmar que nos quatro anos de seu mandato a inflação permaneceu abaixo do teto da meta e assim continuará.
A petista ressaltou o nível, segundo ela, controlado do déficit público e afirmou que a dívida líquida do setor público é hoje menor do que quando ela assumiu a Presidência. Dilma falou ainda do alto patamar das reservas internacionais, do volume recorde de investimentos estrangeiros diretos e da taxa de desemprego, "nos menores patamares já vivenciados na história do nosso País".
"Vamos criar, por meio de ação firme e sóbria, um ambiente mais favorável aos negócios", disse Dilma, prometendo também um combate sem trégua à burocracia.
No discurso, a presidente, contudo, não fez uma menção direta a erros na economia ou correção. A fala em direção à melhoria no ambiente de negócios foi logo emendada a uma promessa de manutenção dos ganhos sociais. "Os primeiros passos dessa caminhada passam por ajustes nas contas públicas, com aumento na poupança, mas faremos com menor sacrifício possível para a população, em especial os mais necessitados."Infraestrutura e PAC 3
A presidente anunciou o lançamento do terceiro Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o segundo programa de investimento em logística. Ela afirmou que, desde 2007, foram duas edições do PAC que totalizaram R$ 1,6 trilhão em investimentos.
Dilma afirmou que vai aprimorar os modelos de regulação e garantir que o mercado privado de crédito de longo prazo se expanda. A presidente reafirmou o compromisso de apoiar os estados e municípios na infraestrutura de transportes. Disse que está em andamento uma carteira de R$ 143 bilhões em obras de mobilidade urbana em todo País.
Dilma falou também da infraestrutura de comunicações. "Reafirmo meu compromisso de promover a universalização do acesso à banda larga", disse. Ela também reafirmou seu compromisso de reduzir os desequilíbrios regionais.
Reformas
A presidente reeleita voltou a dizer que vai trabalhar por reformas em seu segundo mandato. "Fui reconduzida para continuar as grandes mudanças do país e não trairei este chamado. O povo brasileiro quer mudanças, quer avançar e quer mais. É isso que também eu quero. E isso que vou fazer com destemor, mas com humildade, contando com o apoio desta Casa e do povo brasileiro."
A presidente pediu a colaboração do Congresso e da população. "O povo brasileiro que saúde e educação de mais qualidade. E mais combate a todos os tipos de crimes, especialmente a corrupção. Não tenho medo de encarar esses desafios, até porque sei que não vou enfrentá-los sozinha", disse.
Dilma pediu o apoio de seu partido, o PT, da militância e de sindicalistas para promover uma reforma política no país. E garantiu que a estabilidade econômica será uma das prioridades de seu segundo mandato. E culpou o "ambiente internacional" pelo momento de instabilidade econômica. "Na economia temos com que nos preocupar, mas também temos o que comemorar", afirmou.
Relações internacionais
Dilma ressaltou a importância que terá o relacionamento com países do Brics nas relações internacionais do Brasil. Disse que o comércio com países do bloco levará ao avanço em parcerias científicas e tecnológicas.
A presidente apontou também que o foco da política externa, criticado ao longo da campanha eleitoral, será o mesmo no segundo mandato, "sem discriminação de ordem ideológica". "Manteremos a prioridade à América do Sul, América Latina e Caribe", afirmou, ao dizer que será dada ênfase também às relações com África, Ásia, mundo árabe e Brics.
Apesar da mensagem de continuidade na política externa, a presidente falou da importância econômica dos Estados Unidos e disse ser de "grande relevância" aprofundar o relacionamento com o país, e citou também como importantes as relações com União Europeia e Japão.
Ainda no cenário internacional, a presidente falou brevemente dos Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro. Dilma passou o recado de que a segurança e a organização estarão garantidas, como ocorreu na Copa do Mundo.
Segurança e meio ambiente
No discurso, a presidente Dilma se comprometeu em aproximar o governo federal da segurança pública, algo que também foi tema recorrente durante a disputa eleitoral. "Assumo o compromisso de redobrar os esforços na segurança pública", disse a presidente ao prometer reforçar ações e presença nas fronteiras para o combate ao tráfico de drogas e armas.
Sobre meio ambiente, Dilma destacou conquistas do governo e disse que, nos quatro anos do seu primeiro mandato, o País alcançou as menores taxas de desmatamento da Amazônia.
Educação
Ao final do discurso, ela anunciou o "novo lema" do governo: "Brasil, pátria educadora". "Ao bradar Brasil Pátria educadora, estamos dizendo que a educação será a prioridade das prioridades. Vamos buscar em todas as ações do governo um sentido educador."
No palácio
Às 17h, Dilma passou em revista a guarda presidencial. Em seguida, seguiu de Rolls Royce ao Palácio do Planalto. Às 17h13 ela recebeu a faixa presidencial.
Já com a faixa presidencial, Dilma iniciou seu segundo discurso às 17h19. Ela agradeceu à militância de todas as partes do país que foram a Brasília. Ainda em clima de campanha, ela disse que foi graças ao seu primeiro governo e às duas gestões de Lula que as novas gerações "não conhecem o fantasma da pobreza". Com um apelo mais popular, ela defendeu seu primeiro governo, disse que os ajustes na economia não vão revogar direitos dos trabalhadores e repetiu teor do discurso feito no Congresso.
Às 17h30, Dilma passou a ser cumprimentada pelas autoridades de outros países. Por volta das 18 horas, a presidente reeleita passou a empossar os ministros.
Após empossar os 39 ministros, Dilma, Michel Temer e a equipe posaram para a foto oficial do novo governo, no Salão Oeste do Palácio do Planalto. Às 19 horas, Dilma chegou ao Itamaraty para participar de um coquetel.
Menos público
A Polícia Militar do Distrito Federal reduziu a estimativa de público da cerimônia de posse da presidente Dilma Rousseff. A previsão inicial de 100 mil pessoas diminuiu para 40 mil, segundo a PM.
Havia poucos populares ao longo da Esplanada dos Ministérios. Em 2011, cerca de 30 mil militantes prestigiaram a condução de Dilma ao Planalto. Mas, naquela ocasião, o momento da posse foi marcado por uma forte chuva, o que prejudicou até mesmo o desfile em carro aberto da presidente.
A cantora Alcione, estrela da festa organizada pelo PT para atrair a população para a posse, se apresentou com baixo público. Cerca de 300 pessoas assistiram à apresentação no palco montado no gramado central da Esplanada dos Ministérios.























