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Gleisi alia experiência política e gestão administrativa

Confirmada para suceder ao ministro Antonio Palocci na chefia da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) tem atuado com destaque na defesa do governo no Senado. Ela praticamente trabalhava como uma líder do governo. Fontes do Planalto avalizam que Gleisi tem todas as condições para comandar a Casa Civil e o relacionamento com o Congresso.

A paranaense de 45 anos tem experiência política, adquirida nas duas campanhas eleitorais, e reúne características técnicas, reforçadas durante o comando da diretoria de Finanças da Itaipu Binacional. Ex-presidente do PT no Paraná, Gleisi perdeu a eleição para o tucano Beto Richa à prefeitura de Curitiba em 2008, mas conseguiu se eleger ao Senado nas eleições do ano passado e contou com o apoio ostensivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da então candidata Dilma Rousseff

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Foram publicados nesta quarta-feira (8) no Diário Oficial da União os decretos de exoneração de Antonio Palocci do cargo de ministro chefe da Casa Civil, e de nomeação da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) para a pasta. Em seu último ato no cargo, Palocci exonerou Branislav Kontic do cargo de assessor especial da pasta. Também foram publicadas no diário portarias da Secretaria Executiva da Casa Civil com dispensas e nomeações de assistentes.

Gleisi Hoffmann toma posse nesta quarta-feira, às 16 horas, no Palácio do Planalto, em Brasília. Palocci entregou na terça-feira à tarde carta à presidente Dilma Rousseff solicitando o seu afastamento do cargo. Segundo a nota divulgada pela assessoria da Casa Civil, Palocci afirma que "a continuidade de embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo. Diante disso, decidiu solicitar seu afastamento".

Trabalho de gestão

Em entrevista após ser indicada para o cargo, Gleisi Hoffmann afirmou que a articulação política do governo não faz parte das atividades que assumirá a partir desta tarde. "Vou fazer o trabalho que a presidente Dilma está pedindo, que é um trabalho de gestão. Ela quer o funcionamento da Casa Civil na área de gestão de acompanhamento dos projetos. A presidente disse que meu perfil se adequa àquilo que ela pretende na Casa Civil. É uma ação de gestão, é com isso que eu estou comprometida". Ela também lembrou que conhece Dilma desde quando trabalharam na equipe de transição do primeiro governo do presidente Lula.

Gleisi disse ainda que, ao contrário do que ocorre hoje no Senado, adotará uma postura diferente na Casa Civil, sem discriminar as propostas sugeridas por senadores da oposição. "Amanhã (hoje) vou conversar sobre a relação no Senado, falar dos meus posicionamentos inclusive com os senadores da oposição, a quem respeito muito", afirmou ao ser questionada sobre a queixa da oposição quanto ao seu modo de "tratorar" os interesses do governo no Senado.

Por fim, a nova ministra lamentou a saída de Palocci, apesar de ser uma das integrantes da bancada que se posicionou quanto à necessidade dele se explicar publicamente sobre o crescimento de seu patrimônio. "É um momento triste, depois do relatório da procuradoria que colocou de forma muito clara a situação. É uma pena perder o ministro Palocci nesse governo".

Palocci repete crise após duas gestões no governo

Antonio Palocci Filho, 50 anos, médico por profissão, político de carreira, filiado ao PT desde a fundação, trotskista da Convergência Socialista nos idos de 1980, por duas vezes ocupou cargo de ministro que lhe conferiu poder na República, primeiro foi ministro da Fazenda no governo Lula, depois da Casa Civil no governo Dilma. Nas duas ocasiões, um mesmo desfecho: perdeu a cadeira e o prestígio, alvo de escândalos e investigações da polícia, do Ministério Público e do Congresso.

A ele imputaram toda sorte de acusações, inclusive quando exerceu mandatos de prefeito de Ribeirão Preto (SP): corrupção, mensalinho da máfia do lixo, licitações dirigidas para compra de molho de tomate com ervilha. Custou-lhe a pasta da Fazenda, em março de 2006, a quebra do sigilo bancário de um certo Francenildo Santos Costa - o caseiro que revelou ao Estado as idas de Palocci a uma mansão para reuniões com lobistas, segundo a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos.

O mais novo capítulo, que ontem culminou com sua queda da Casa Civil, revela um Palocci perspicaz para negócios: multiplicou em 20 seu patrimônio nos últimos quatro anos, etapa em que dava expediente na Câmara, como deputado, e no comando da Projeto, a bem-sucedida empresa de consultorias.

HistóricoNo plano criminal, o ex-ministro está com o caminho livre, inocentado que foi pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No episódio da violação dos dados do caseiro, a Procuradoria-Geral da República o denunciou formalmente em fevereiro de 2008, mas o Supremo rejeitou a abertura de ação penal.

O STF também arquivou, acolhendo requerimento da Procuradoria, inquérito que apontava Palocci como suposto beneficiário de parcelas mensais de R$ 50 mil, doações de empreiteira contratada pelo petista na gestão de Ribeirão Preto para coleta de lixo e varrição pública. As medições da perícia policial mostraram o descompasso entre áreas de grande extensão percorridas por reduzido efetivo de garis.

Palocci ainda é réu por ato de improbidade. Estão em curso ações na Justiça de Ribeirão Preto, uma delas por causa daquela compra de cestas básicas com latas de molho de tomate com ervilha. O Ministério Público Estadual pede a suspensão dos direitos políticos por até 8 anos, pagamento de multa, ressarcimento de lesão ao erário em R$ 2 milhões e outras.

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