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Vídeo| Foto: Reprodução/Vídeo Fantástico

O diretor de Segurança Operacional, Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Jorge Luiz Brito Velozo, entregou sua carta de demissão na manhã desta terça-feira ao ministro da Defesa, Nelson Jobim. Velozo é o segundo diretor da agência a se demitir em menos de uma semana. Segundo o Blog do Noblat, o próximo a sair será o diretor Josef Barat.

Este é o segundo diretor que se afasta da agência em menos de uma semana. Na sexta-feira, Denise Abreu também entregou carta de demissão ao ministro, com a argumentação de que precisava se afastar por problemas pessoais. Como afastamento de Velozo, a Anac fica com apenas três dirigentes.

Em sua carta de demissão, divulgada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, na CPI do Apagão Aéreo da Câmara, Jorge Luiz Brito Velozo diz que a aviação brasileira passa por um mau momento, mas voltará a mostrar que é forte e segura. Velozo não fala dos motivos que levaram a sua decisão, afirmando apenas que "é chegado o momento que outras personagens atuem nesse cenário, com novas idéias, embora com os mesmos ideais". Velozo, que é coronel-aviador, era um dos únicos diretores da Anac com experiência no setor e foi aprovado no Senado justamente por conhecer a aviação civil.

Depoimento

Em depoimento na CPI, Jobim voltou a dizer que não tem os nomes para substituir Velozo e Denise Abreu, afirmando que tem apenas os perfis.

- Tenho o perfil, mas não os nomes porque as pessoas falam 'esse abacaxi não!' - disse Jobim, que prometeu que em 15 dias pretende resolver o problema da agência.

Jobim afirmou que quer encaminhar o mais rapidamente possível ao Senado os nomes dos substitutos de Velozo e Denise Abreu e deu indicativos de que espera novas renúncias ao afirmar que a agência não pode tomar decisões com menos de três diretores.

- A orientação do presidente Lula é a completa despartidarização da Anac e da Infraero. Não está sendo fácil obter as reposições porque ninguém quer entrar nessa história. Antes todos queriam - disse Jobim.

O ministro disse ainda que os novos diretores, inclusive os integrantes da Secretaria de Aviação Civil, terão que entender de regulação, de transporte aéreo e de mercado, este último podendo ser um economista. Ele espera a colaboração do Senado para aprovação rápida dos novos diretores.

Em conversas reservadas, Jobim não tem escondido a expectativa de que toda a diretoria da Anac se afaste. No depoimento, ele voltou a criticar a agência e defendeu o fim dos passes livres dados por companhias aéreas aos funcionários da Anac.

Jobim diz que Anac falhou ao não evitar caos nos aeroportos

Ainda no depoimento aos deputados, o ministro anunciou como será a nova Secretaria de Aviação Civil, que, na prática, vai fiscalizar a Anac, a Infraero e o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo). Segundo ele, depois de minimizar a crise aérea, agora é preciso rever todo o sistema da aviação civil, que tem um "desenho desbalanceado". Jobim acabou fazendo críticas à Anac, afirmando que a agência apresentou nas CPIs um completo estudo sobre o congestionamento nos grandes aeroportos, como Congonhas, mas não agiu para resolver o problema.

- O estudo, inclusive, era muito competente, e mostrava que determinados aeroportos estavam congestionados, mas era função da Anac não permitir isso. Ela apresentava uma coisa como se fosse natural aquilo. O que estamos fazendo agora, no curto prazo, é instituir a secretaria e, no médio prazo, temos que rediscutir todo o sistema - disse Jobim.

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