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Duas semanas depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter proibido a contratação de parentes e cinco dias após a publicação da decisão, as demissões na Câmara estão sendo realizadas a conta-gotas. Até agora, os boletins administrativos registraram demissões de 19 parentes de 11 deputados. O deputado Carlos Willian (PTC-MG) anunciou que, mesmo que a exoneração ainda não tenha sido publicada no boletim administrativo, já demitiu a mulher, Layla Maria de Souza. Sob protestos, no entanto.

"Acho um absurdo. Tinha de ter pelo menos duas pessoas. Uma pessoa que vem na sua cama quando precisa, que entra no banheiro quando precisa, que cuida das finanças e que cuida dos casos sigilosos (do deputado)", afirmou, defendendo uma cota para contratação de parentes. "Ela (Layla) trabalha no meu gabinete, me ajuda, me acompanha politicamente em todos os compromissos", argumentou Willian. Os boletins administrativos registraram outras demissões, mas, mesmo que o sobrenome seja igual ao do deputado, ainda não houve confirmação do parentesco.

Os deputados Pedro Fernandes (PTB-MA) e João Magalhães (PMDB-MG) até agora foram os recordistas. Eles empregavam quatro parentes que perderam seus empregos nos últimos dias. Os salários dos parentes de Fernandes, a mulher, filho, irmão e sobrinho, somavam por mês R$ 24.735,52. A mulher, Maria Aparecida, e o filho, Pedro Lucas, tinham os maiores salários mensais, R$ 8.040,00. Por ano, a soma dos salários pagos pela Câmara para a família, considerando os R$ 16.512 do salário do parlamentar, atingia R$ 536.220.

"Todos trabalhavam no meu gabinete e me eram úteis. Não era ilegal. Passou a ser ilegal e eu tenho de demitir", argumentou Fernandes. O deputado João Magalhães tinha a mulher, o pai, a sogra e sobrinho com salários pagos com dinheiro da Câmara. Os quatro salários, com a gratificação de gabinete, somavam por mês R$ 11.540,68.

O deputado Airton Roveda (PR-PR) demitiu duas filhas, Izabelle e Gabrielle. As duas tinham o salário do mesmo valor, R$ 3.606,46, considerando a gratificação de gabinete. Rosangela Paniago Borges trabalhava no gabinete do deputado Gilmar Machado (PT-MG) No dia 27 de agosto casou com o deputado e foi demitida dois dias depois, quando a súmula do Supremo foi publicada. Ela iria somar R$ 6.010,78 por mês à renda familiar.

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