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“O ‘mercado verde’, ligado à redução das emissões de carbono, virou um grande negócio. O Brasil não pode ser ingênuo nessas negociações.” | Laycer Tomaz/Ag. Câmara
“O ‘mercado verde’, ligado à redução das emissões de carbono, virou um grande negócio. O Brasil não pode ser ingênuo nessas negociações.”| Foto: Laycer Tomaz/Ag. Câmara

Esconder o jogo e não apresentar antecipadamente metas quantitativas de redução da emissão de gases po­­luentes pode ser uma boa estratégia de negociação para o Brasil na Conferência Mun­dial do Clima, em Copenhague. A opinião é do paranaense Luciano Pizzatto. "O ‘mercado verde’, ligado à redução das emissões de carbono, virou um grande negócio", diz.Engenheiro florestal e suplente de deputado federal pelo DEM, Pizzatto está entre os cinco brasileiros que participam de uma comissão sobre mudanças climáticas que reúne parlamentares de mais de 20 países.

Segundo ele, a reunião de Copenhague não terá um re­sultado de consenso, mas deve estabelecer algumas prioridades que dependem do posicionamento do Brasil para serem negociadas.

O que será tratado como consenso em Copenhague?

Pelo que tenho sentido dos países até agora, Copenhague dificilmente terá um resultado de consenso. O que vamos conseguir é estabelecer determinadas prioridades. É o que acontece com a redução das emissões de gases. Essa diminuição para os oceanos ficará para uma próxima etapa. Mas há uma convergência sobre as reduções em áreas terrestres, como a criação de um fundo mundial para custear esse processo. O embate é saber quais países vão colaborar com o fundo.

O Brasil é mesmo o protagonista do debate?

O Brasil é visto como a grande solução para a emissão de carbono terrestre. Todos os focos de estudo consideram a conservação de florestas tropicais, não as temperadas, por exemplo. E nós temos a maior reserva tropical do mundo, além de sermos um país muito grande, com capacidade de reflorestar diversas áreas.

Qual será o impacto de o Brasil não levar à Dinamarca metas quantitativas de redução de gases poluentes?Não sinto que isso seja um problema. Desde que o negociador do Brasil tenha noção de até onde pode chegar. O "mercado verde", ligado à redução das emissões de carbono, virou um grande negócio. O Brasil não pode ser ingênuo nessas negociações. Precisamos fazer valer nossa posição privilegiada no debate.

Então é correto esconder o jogo?

Inicialmente pode parecer errado. Mas olhando pelo lado de negociação, é correto. Isso não significa que o Brasil não sabe o que vai fazer. Significa atuar melhor como negociador.

É possível chegar à meta de redução de 40% da emissão de gases?

Não é algo difícil, mas tem de ser feito negociando com o setor produtivo. Está na hora de sentar e negociar, por exemplo, com setores do agronegócio. Se isso prosperar, chegamos a esse número.

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