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Deivson Vidal tinha 27 anos quando deixou o salário de R$ 800 de motoboy na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) para virar presidente do IMDC, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) até então desconhecida. Amealhou contratos junto a órgãos de governos que lhe garantiram patrimônio que nunca tentou esconder.

O dono da organização contratada para promover a qualificação profissional de jovens desempregados, entre 18 e 29 anos, de cidades pobres de Minas - no programa que é considerado por seus formuladores uma "porta de saída" para os dependentes do Bolsa Família -, passeava, há uma semana, em seu helicóptero particular com os amigos, um dia antes de ser preso, segundo relato de agentes da Polícia Federal.

Morava em uma mansão com spa particular e se exibia sem pudor, apresentando-se em locais públicos com relógios de grife e carros importados - dois deles, um Grand Cherokee e um GM Sky, foram apreendidos na operação da PF. Por mais de uma vez, fechou boates de Belo Horizonte para comemorar seu aniversário.

Na última semana, Deivson deixou a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, para prestar depoimento na PF. Visivelmente abatido, preferiu ficar em silêncio.

Escritório para fraudes

De acordo com relatório da investigação obtido pelo GLOBO, Deivson e o IMDC utilizavam o escritório de advocacia do ex-deputado federal Osmânio Pereira para lavar dinheiro desviado em fraudes. Preso na operação, Pereira é o presidente do conselho curador do Instituto Mário Penna, principal fundação de prevenção e combate ao câncer em Minas Gerais, que sobrevive de doações.

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