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Desgastado, o presidente do Senado, José Sarney, estaria prestes a deixar o cargo: nada oficial | Evaristo Sa/AFP
Desgastado, o presidente do Senado, José Sarney, estaria prestes a deixar o cargo: nada oficial| Foto: Evaristo Sa/AFP

Jogo dos oito erros

Veja as principais acusações que pendem sobre o presidente do Senado.

1 - Atos secretos. Foram revelados 544 atos secretos secretos do Senado, com nomeações de parentes e amigos e 37 senadores, criação de cargos e aumento de salários. Depois de pressão pública, os atos secretos foram anulados e servidores beneficiados, exonerados.

2 - Auxílio-moradia. Mesmo tendo casa própria e residência oficial em Brasília, o senador Sarney recebeu R$ 3,8 mil de auxílio-moradia.

3 - Casa esquecida. O senador omitiu a posse de uma casa no valor de R$ 4 milhões em Brasília das declarações à Justiça Eleitoral de 1998 a 2006.

4 - Conta no exterior. Documentos do Banco Santos, já falido, apontam a existência de uma conta de Sarney no exterior.

5 - Fundação. A Fundação José Sarney desviou verba da Petrobras para firmas-fantasmas e empresas da família do senador.

6 - Nepotismo. Uma sobrinha e um neto de Sarney foram nomeados por ato secreto do Senado para trabalhar nos escritórios de senadores do PTB e do PT. O fato foi confirmado por escuta secreta.

7 - Seguranças. Seguranças do Senado foram à São Luis (MA) reforçar a segurança da casa dos Sarney, supostamente alvo do ataque de rivais.

8 - Tráfico de influência. Neto de Sarney intermedia empréstimos consignados para funcionários do Senado.

Fonte: Revista Veja

São Paulo - Desgastado pela crise no Senado, o senador José Sarney (PMDB-AP) teria dito ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que está disposto a deixar a presidência da Casa. "Não aguento mais. Vou negociar uma saída", disse Sarney ao presidente, segundo informações da revista Veja desta semana.

Segundo a revista, a declaração teria ocorrido na última segunda-feira, quando Lula ligou para Sar­ney para saber notícias sobre a saúde de Marly Sarney, que estava internada após uma cirurgia.

Oficialmente, no entanto, o senador afirma que irá enfrentar a crise e que tem condições para su­­perá-la. De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo, Lula disse a petistas que Sarney está sofrendo muito e talvez seja a hora de o senador "se livrar desse sofrimento".

Nos bastidores, ganha força o nome do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) para disputar a presidência do Senado com a saída definitiva de Sarney. Dornelles tem o apoio de líderes peemedebistas que sabem das dificuldades do partido para conseguir consenso dentro da bancada. Além disso, ele é considerado um parlamentar com trânsito dentro do PT e da própria oposição.

Governabilidade

Sem conseguir o apoio fechado do PT ao presidente do Senado, o governo quer agora que o partido se comprometa a não dar o tiro de misericórdia no aliado cambaleante. Ainda irritado com a nota na qual o líder do PT no Senado, Aloi­zio Mercadante (SP), pediu o afastamento de Sarney, o presidente Lula chamará o petista para uma conversa nesta semana.

Dos 12 senadores que compõem a bancada petista, oito defendem o afastamento do presidente do Senado. Lula avalia que o PT está sendo "ingênuo" ao cobrar a licença de Sarney, alvo de denúncias de nepotismo, desvio de recursos de uma fundação que leva seu sobrenome e uso de atos secretos para nomeação de amigos. No diagnóstico do Planalto, uma derrota de Sarney com o empurrão petista porá em risco a governabilidade. Pior: fará o senador guardar o ódio na geladeira para dar o troco na campanha de 2010.

Na prática, Lula está preocupado com os efeitos colaterais da guerra em plena CPI da Petrobras e de olho no casamento de papel passado com o PMDB, nas eleições de 2010. O PMDB é o partido com o qual o presidente sonha para vice na provável chapa ao Planalto liderada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Para Lula, ao fazer carga contra Sarney o PT joga água no moinho dos tucanos e atrapalha as alianças com o PMDB. "Eu não creio que o presidente Lula queira mudar nossa posição", disse o senador Eduar­do Suplicy (PT-SP), um dos que apoiaram a nota de Mercadante.

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