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Em depoimento, Gardolinski isenta Beto Richa e nega compra de apoio

O coordenador do Comitê Lealdade de dissidentes do PRTB, Alexandre Gardolinski, descartou ontem em depoimento qualquer envolvimento do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), no caso que levantou suspeitas de compra de apoio político e de caixa dois na campanha tucana do ano passado.

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Além de anunciar ontem um processo contra a TV Educativa, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), agradeceu ontem publicamente o apoio dos cinco deputados estaduais do partido que decidiram sair da base aliada do governador Roberto Requião (PMDB). Mas o rompimento não vai ser cumprido por todos. Pelo menos um tucano, o presidente do Lactec, Luiz Malucelli Neto, pretende continuar no cargo.

O afastamento dos tucanos do governo foi anunciado na terça-feira pelo presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, como represália ao governador por ter aberto espaço na TV Educativa para o deputado estadual Fabio Camargo (PTB) acusar Beto Richa de envolvimento nas denúncias de suposto caixa dois na campanha eleitoral.

O prefeito aplaudiu a postura do partido e classificou o gesto como uma demonstração de solidariedade. "É uma resposta aos ataques sórdidos e rasteiros que temos recebido", afirmou. Richa disse também que a decisão tomada pelos colegas fortalece e une ainda mais o PSDB.

Se para o prefeito o gesto foi interpretado como apoio, para Luiz Malucelli Neto foi falta de consideração do partido tomar a decisão sem avisar os tucanos que estão no governo. Além de Malucelli, o PSDB tem o secretário estadual do Emprego, Nelson Garcia, na equipe de Requião.

Segundo Malucelli, foi uma "imposição" da direção do PSDB o rompimento com o governo. "Eu e o Nelson (Garcia, secretário estadual do Trabalho) temos juntos quase 80 mil votos e sequer fomos comunicados. Ficamos sabendo pela imprensa", disse. Ele afirmou que não vai pedir exoneração porque tem a confiança do governador e considera a medida precipitada porque nenhum deputado do PMDB criticou Beto Richa.

Malucelli garantiu ainda que não teme ser punido pela recusa em deixar o Lactec. "Se tentarem me expulsar tenho convite de outros partidos para seguir em frente", afirmou.

O secretário Nelson Garcia (PSDB), que é deputado licenciado, foi procurado várias vezes pela Gazeta do Povo, mas estava viajando ontem pela região de Umuarama, sua base eleitoral. Ele não retornou às ligações. Assessores próximos afirmam que Garcia também não estaria disposto a entregar o cargo e a reassumir sua cadeira na Assembleia Legislativa.

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Embora reprove o comportamento dos tucanos governistas, o presidente do partido, Valdir Rossoni, não fala em expulsão. "O que posso fazer com aqueles que se sentem confortáveis não sendo leais ao maior líder do nosso partido?", questionou. "Se não querem ser solidários, não podemos obrigá-los", emendou.

O líder do governo na Assembleia, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), ainda tem esperança de reverter a situação. Ele conversou com os deputados tucanos, pediu moderação e fez um apelo para que continuem na base de apoio porque são leais. "Considero uma desinteligência essa posição radical. Uma entrevista na Educativa do Fábio Camargo não pode criar um ambiente contaminado na eleição de 2010", afirmou.

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