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Renan negou estar ameaçando o procurador-geral da República. | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Renan negou estar ameaçando o procurador-geral da República.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

No mesmo dia em que o presidente interino Michel Temer disse entender que os pedidos de impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não deveriam seguir adiante, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira (22) que a Casa agirá “com responsabilidade” nesses casos. Renan disse ainda considerar “inusitado” que tantos pedidos de impeachment do chefe do Ministério Público Federal (MPF) sejam apresentados.

Nos bastidores, Renan foi aconselhado pela cúpula do PMDB a baixar o tom em relação aos pedidos de afastamento de Janot. Ele esteve com o próprio Temer na segunda e em jantar na noite de terça-feira. Renan já comunicou à cúpula do PMDB, integrada inclusive pelo presidente interino Michel Temer, que não vai dar prosseguimento ao último pedido, apresentado por duas advogadas.

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O pedido de impeachment de Janot foi apresentado na semana passada pelas advogadas Beatriz Kicis T. de Sordi e Claudia de Faria Castro, alegando que Janot deveria ser afastado por não ter pedido também as prisões do ex-presidente Lula e da presidente afastada Dilma Rousseff, além dos pedidos de senadores, entre eles do próprio Renan, investigado na Lava Jato. Renan enviou o pedido para a Advocacia Geral do Senado, mas, ao receber o parecer, deve se considerar inepto para tomar uma decisão por ter sido citado no caso.

“O inusitado é que estão chegando pedidos, outros pedidos. Do ponto de vista do Senado, que não faz parte da crise e é sim a solução, vamos ter total responsabilidade com isso e não vamos desbordar do nosso papel constitucional”, disse Renan. Ele reafirmou que não quis ameaçar o procurador-geral: “Não sou de fazer chantagem, absolutamente”. “Quem me conhece, convive comigo sabe disso. Apenas dei uma informação e mandei para a Advocacia em função do aditamento. Vamos aguardar o parecer”, disse o presidente do Senado.

A Casa já recebeu dez pedidos de afastamento de Janot, sendo que quatro já foram arquivados. Dos dez pedidos de impeachment de Janot, seis foram apresentados pelo senador Fernando Collor (PTC-AL), também investigado pela Lava Jato. Renan já arquivou três petições de Collor e ainda considerou inepta uma denúncia apresentada pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SDD-SP), que classificada como processo administrativo. Há ainda em tramitação uma petição de um cidadão, engenheiro mecânico, três de Collor e essa última.

Origem legal

Investigado na Operação Lava Jato, Renan também disse nesta quarta-feira que todos os recursos de suas contas são de origem lícita (legal). A declaração foi dada depois de ser perguntado sobre inquéritos que ainda estão sob análise do Supremo Tribunal Federal, de questões antigas. “Com relação a mim, todas as minhas contas foram auditadas. Não há um só centavo nas minhas contas que não tenha origem lícita, de modo que dou todas as informações.”

Renan repetiu que todo o homem público está sujeito à investigação. “Eu mesmo estimulo qualquer investigação. A grande diferença desses casos são as pessoas que têm o que dizer e as que não têm o que dizer. Eu que pedi as investigações e eu, mais do qualquer um, tenho num rápido interesse disso.”

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