Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Entrelinhas

Entrelinhas

Entrevistas exclusivas com protagonistas da política brasileira. Debates profundos sobre os principais assuntos da atualidade.

Programa Entrelinhas

Motta mantém anistia fora da pauta da Câmara

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu não pautar o requerimento de urgência da anistia apresentado pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão, comunicada durante reunião de líderes nesta quinta-feira (24), apesar de a oposição reunir 262 assinaturas para aprovar a urgência da proposta de anistia aos presos do 8 de janeiro e frustra os planos da direita de acelerar a tramitação da proposta.

Motta vem articulando com líderes partidários para esvaziar o movimento da oposição e sinalizou que pretende usar as próximas semanas para "esfriar" o debate no Congresso. Ele busca um entendimento com o Executivo e o Judiciário sobre o tema. A postura de Motta gerou insatisfação no PL, que ameaçou romper com o presidente da Câmara e até reter recursos das comissões que controla — juntas, com mais de R$ 7 bilhões em emendas.

O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), cobrou que Motta cumpra acordos e alertou que todos os deputados dependem das emendas. A oposição, por ora, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o adiamento.

Irmão de Lula na mira da PF em escândalo de fraudes no INSS

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), onde o vice-presidente é José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão de Lula (PT), está no centro de um escândalo investigado pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que aponta fraudes bilionárias envolvendo descontos irregulares em benefícios de aposentados do INSS. O esquema teria movimentado R$ 77 milhões só no caso do Sindnapi, que tem como

A operação, batizada de Descaso, apura um rombo total de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, resultado de cobranças não autorizadas feitas por sindicatos e associações diretamente nos contracheques dos aposentados. Segundo as investigações, convênios suspeitos com o INSS permitiram o repasse de valores indevidos a essas entidades, levantando sérias suspeitas de corrupção institucionalizada dentro da máquina pública.

Foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão, sequestro de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão e ordens de prisão temporária em 14 estados e no Distrito Federal. Entre os alvos estão seis servidores públicos, incluindo o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que foi afastado e, posteriormente, pediu demissão.

A Advocacia-Geral da União (AGU) criou nesta quarta-feira (23) um “grupo especial” para recuperar os valores descontados irregularmente de aposentados e pensionistas e reparar danos contra o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

Aliado de Alcolumbre assume Ministério das Comunicações

Frederico Siqueira Filho, presidente da Telebras e ex-diretor da Oi, assume o Ministério das Comunicações após articulação de Davi Alcolumbre (União-AP). A vaga estava aberta desde abril, quando Juscelino Filho deixou o cargo após ser denunciado pela PGR. A nomeação de Siqueira, técnico com apoio político, ocorre após a recusa do deputado Pedro Lucas (União-MA), que preferiu manter liderança na Câmara. A escolha de Siqueira reforça o papel de Alcolumbre nas articulações do governo com o centrão e garante ao União Brasil a manutenção de espaço na Esplanada dos Ministérios.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta quinta (24) a escolha do nome.

Bolsonaro foi intimado no hospital e reage com críticas ao STF

Internado após cirurgia abdominal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi intimado por ordem do ministro Alexandre de Moraes (STF) no hospital, em processo sobre suposta tentativa de golpe. Em vídeo, divulgado nesta quarta-feira (23), Bolsonaro criticou a intimação em plena UTI, desafiou Moraes para um debate público em TV aberta e comparou a situação a regimes totalitários. O ex-presidente também questionou a conduta da oficial de Justiça e acusou o Judiciário de tentar retirá-lo da vida pública por meio de perseguições. A intimação ocorreu após Bolsonaro aparecer em uma live divulgando capacetes de grafeno de sua empresa.

Oposição critica governo por manipular contas para manter capital político até 2026

O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, afirmou que o Brasil vive uma implosão fiscal causada por escolhas políticas deliberadas do governo Lula. Segundo ele, a atual gestão federal tem adotado uma política de expansão de gastos e manobras contábeis que comprometem a credibilidade do novo arcabouço fiscal. Desde a PEC da Transição, o governo criou fundos fora do orçamento e excluiu despesas como precatórios e programas sociais do resultado primário, o que levou o déficit a R$ 249 bilhões em 2023 e a um patamar ainda elevado em 2024.

O senador aponta que o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2026 indica um cenário de colapso funcional, com previsão de apenas R$ 8,9 bilhões em despesas discricionárias até 2029, o que inviabilizaria o funcionamento básico da máquina pública. A dívida pública está próxima de 82% do PIB e os gastos com juros podem ultrapassar R$ 1 trilhão ao ano.

Marinho também criticou a condução dos precatórios, afirmando que o governo antecipou pagamentos, omitiu projeções e usou créditos extraordinários para mascarar o impacto nas contas. Para ele, a estratégia é adiar medidas de ajuste para depois das eleições de 2026, preservando o capital político no curto prazo, em uma repetição do modelo adotado no governo Dilma.

Sebastião Coelho deixa defesa de Filipe Martins

O desembargador aposentado e advogado Sebastião Coelho anunciou, por meio de vídeo nas redes sociais, que deixou a defesa de Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro, após o STF tornar Martins réu por suposta participação em um plano golpista. Coelho criticou o julgamento, acusando ministros como Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia de politizarem o processo e ignorarem princípios jurídicos e cristãos, como o perdão. Ele afirmou que a atuação do STF e do governo representa uma guerra contra os "oprimidos" e que sua saída do caso permitirá que ele se posicione com mais liberdade. Juristas também consideraram a decisão do STF um novo marco de abusos e violações constitucionais.

Criminalista aponta abusos do STF em julgamento de Filipe Martins

A sessão do STF que tornou Filipe Martins réu foi classificada por juristas e entidades como um novo marco de abusos da Corte. Entre os pontos mais criticados estão a proibição de sua imagem, ameaças de prisão a terceiros que registrassem sua movimentação, restrições ilegais à sua locomoção em Brasília e a proibição de qualquer atividade política. Também houve lacração de celulares de advogados e jornalistas, uso de provas fora dos autos e negativa de acesso a dados que poderiam provar sua inocência. Para o advogado criminalista Jeffrey Chiquini, convidado do programa entrelinhas, as medidas violam o Código de Processo Penal, que não autoriza a criação de restrições não previstas em lei.

O programa Entrelinhas vai ao ar nesta quinta-feira (24), às 15h, no canal oficial do YouTube da Gazeta do Povo. Apresentado por Mariana Braga e Frederico Junkert, o programa oferece entrevistas exclusivas com protagonistas da política brasileira e debates aprofundados sobre os principais assuntos da atualidade.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros