Senador Fabiano Contarato (Rede-ES), presidente da Comissão de Meio Ambiente.| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Desde que o senador Alvaro Dias (Podemos) pediu o desarquivamento de um projeto para a reabertura da Estrada do Colono que estava parado desde 2018 no Senado, a proposta vinha tramitando com certa facilidade no Legislativo. Venceu os trâmites iniciais e foi aprovada sem percalços na Comissão de Infraestrutura. Agora, na Comissão de Meio Ambiente (CMA), o texto enfrenta seu primeiro obstáculo.

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O presidente do colegiado é o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que na Comissão de Infraestrutura redigiu um voto em separado, contrário à aprovação do texto. Como presidente da CMA, Contarato é quem monta a pauta das reuniões e escolhe o relator das proposições. No caso da Estrada do Colono, ele avocou para si a relatoria. Como sua posição sobre o tema já é conhecida, espera-se que o relatório seja pela reprovação do projeto.

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No voto em separado apresentado à Comissão de Infraestrutura, o parlamentar fez duras críticas à proposta.

“A abertura da Estrada do Colono é nociva no que tange aos aspectos ambientais, de segurança pública e nacional e econômicos. Abrir estradas no interior de unidades de conservação é o meio mais eficaz de se implodir as funções ecológicas desses espaços, pois, pelo processo de fragmentação de habitats causado pela estrada, a biodiversidade nativa será progressivamente substituída por biodiversidade exótica, eliminando as características que ensejaram a criação da UC”, escreveu Contarato.

“Em outras palavras, atender o pleito de um restrito grupo de paranaenses que defende a abertura da estrada, como pretende a proposição, causará um prejuízo social e econômico que será sentido por uma parcela imensa da sociedade brasileira”, argumentou o senador

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Segundo ele, “ao contrário do que afirmam os defensores da abertura da Estrada do Colono, ela nada contribui com o desenvolvimento do turismo”.

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“A área onde a estrada seria aberta não possui qualquer atrativo turístico ou de beleza cênica. As áreas abertas à visitação se concentram nas proximidades das cataratas, bem distantes do local onde se pretende abrir a estrada. Além disso, o trecho do Caminho do Colono não dá acesso às áreas de visitação”, concluiu.

O projeto

O texto em análise pelo Senado foi apresentado na Câmara pelo ex-deputado do Paraná, Assis do Couto. O que a proposta prevê é a possibilidade de que sejam criadas estrada-parque dentro das unidades de conservação do Brasil. A partir dessa autorização, o texto cria a estrada-parque do Colono, trecho de 17 km que corta a mata preservada do Parque Nacional do Iguaçu, no Oeste do Paraná.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]