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O destino dos pedidos de impeachment de ministros do STF e das assinaturas da CPI do Abuso de Autoridade, se depender dos presidentes da Câmara e do Senado.
O destino dos pedidos de impeachment de ministros do STF e das assinaturas da CPI do Abuso de Autoridade, se depender dos presidentes da Câmara e do Senado.| Foto: Marcio Antonio Campos com Midjourney

Alô, Rodrigo Pacheco! Alô, Arthur Lira! Vocês estão por aí? Procurem em suas gavetas, naquelas propositadamente quase inatingíveis, abandonadas numa bagunça estratégica. Nelas tudo se perde, tudo fica esquecido. Talvez já tenham feito uma limpeza, pode ser... Ou talvez nada do que importa para o Brasil de verdade tenha sido mesmo guardado nelas. As lixeiras podem ter parecido menos perigosas, mais adequadas, mais sedutoras, mais oferecidas como destino ideal de pedidos de impeachment de ministros do STF, de abertura da CPI do Abuso de Autoridade. Sem escalas, sem repouso eterno em gavetas malfadadas, e com reciclagem impossibilitada, claro.

Alô, Procuradoria-Geral da República! Alô, Polícia Federal! Os documentos divulgados por três jornalistas sobre a censura imposta a usuários do antigo Twitter não merecem investigação? Que gente é essa que está acima das leis, da Constituição, do Marco Civil da Internet? Não houve abuso de autoridade? Utilização excessiva do poder? Ninguém agiu de forma indecorosa, de forma excessiva ou desviada de sua função original, da finalidade legal do cargo que ocupa? Parece que esqueceram o que é crime de responsabilidade, aquilo que pode levar a um processo de impeachment.

Os documentos divulgados por três jornalistas sobre a censura imposta a usuários do antigo Twitter não merecem investigação? Que gente é essa que está acima das leis, da Constituição, do Marco Civil da Internet?

Em que delírio estão metidos agentes da Polícia Federal e técnicos do TSE que investigam hashtags? Parecem todos felizes com o próprio sequestro... A Advocacia-Geral da União também, a Anatel, a OAB... Parecem todos apaixonados pelo sequestrador, agindo de bom grado como reféns, num órgão fiscalizador, de censura que a corte eleitoral não poderia ter criado, seguindo leis que o TSE também não poderia inventar. Na sua Síndrome de Estocolmo, esses reféns encantados levam um país inteiro para o cativeiro.

Alô, Congresso Nacional! Tem alguém nas casas? Ou estão todos preocupados com as eleições municipais, com os bilhões do Fundo Partidário, do fundo eleitoral, com as emendas parlamentares, com as boquinhas no governo? Ou estão com medo dos supremos? Assim, em breve, deputados e senadores poderão ser dispensados. Se é para referendar, para permitir tanta desgraça, sem resistência, sem pressão, abrindo mão da sua imunidade, de todas as suas prerrogativas... Esse Congresso atropelado deveria entender que empurra um país inteiro na direção do caminhão-betoneira desgovernado.

Alô, assessoria de imprensa da gangue no poder! Que tal voltar a usar critérios jornalísticos para escolher as histórias que vai contar e aquelas que vai abandonar? E que tal contar as suas histórias com base nos fatos, na busca pela verdade? Continuar nessa artimanha de decidir suas pautas com a preocupação de ajudar amigos, aliados, cúmplices e prejudicar “adversários” só empurra o Brasil para o abismo... O jornalismo decidiu se matar e encaminha um caso único de suicídio seguido de homicídio, o assassinato do Brasil. Ainda há tempo para se arrepender.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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