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Prometida para 2021, venda da Compagas ainda engatinha
Estrutura da Compagas em Araucária, no Paraná| Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo

A privatização da Companhia Paranaense de Gás, a Compagas, começou o ano ainda em ritmo lento, embora esteja prometida para 2021. Isso porque pelo menos duas pendências seguram a venda dos 51% de participação que a Copel tem na empresa: a definição de uma política estadual para o gás e a antecipação da renovação da concessão, que vence em 2024.

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O governo do estado criou um grupo de trabalho, do qual fazem parte a Procuradoria Geral do Estado e a Secretaria da Fazenda, que está definindo as bases para a renovação da concessão. Ele está discutindo estratégias, metas, investimentos e outorgas necessárias. Segundo a empresa, o estado vai definir qual o papel da matriz energética no estado.

A partir dos estudos, o governo estadual irá conduzir o processo de antecipação da renovação da concessão do serviço. “Ela é fundamental para dar mais atratividade ao negócio e ampliar retorno ao investidor”, diz o presidente da empresa, Rafael Lamastra Jr.

Concluída a fase de antecipação, o governo pretende aprofundar os estudos para a modelagem da venda do ativo pela Copel. Uma autorização da Assembleia Legislativa é necessária para o processo. A expectativa é fazer um processo similar ao da Copel Telecom, antigo braço de internet da empresa, vendida na B3 em novembro.

Embora o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) tenha afirmado, em novembro do ano passado, logo após a negociação da Copel Telecom, que queria aprovar a autorização de venda com os deputados estaduais ainda em 2020, o ano fechou sem qualquer discussão no âmbito legislativo. Pelo cronograma de 2020, a gestão pretendia negociar a companhia no primeiro semestre deste ano, um prazo que parece cada dia mais difícil de cumprir.

Ganho de mercado

O processo é fundamental para expandir o uso de gás natural no estado. A Compagas possui atualmente cerca de 49,3 mil clientes nos segmentos residencial, comercial, industrial, veicular e de geração de energia elétrica. São 842 km de rede e atuação em 16 municípios, principalmente da região metropolitana de Curitiba e dos Campos Gerais.

Segundo a Gazeta do Povo apurou, a falta de uma política estratégica para o gás natural inibe a maior comercialização do combustível. Para 2021, os planos de investimento da Companhia são de R$ 18,7 milhões e, até 2024, os recursos podem chegar a R$ 47,5 milhões que serão aplicados na ampliação da rede de distribuição de gás canalizado, de forma a diversificar o atendimento em sua área de atuação nos segmentos residencial, comercial, industrial e veicular.

No mesmo período, a Compagas pretende ampliar a rede de distribuição em 3,5%. Além disso, a empresa vem atuando estrategicamente para elevar a base de clientes e alcançar a marca total de 58 mil consumidores no Paraná até 2024.

Só para comparar, em Santa Catarina, a estatal responsável pela distribuição do gás natural tem planos para investir R$ 410 milhões e atender mais 16 cidades até 2024. A rede instalada no estado vizinho supera os 1.200 quilômetros e o número de consumidores supera 17 mil.

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