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Nova Telecom
Agnaldo Bastos Lopes, CEO da Nova Telecom: empresa tem planos de avançar nos serviços de conexão para o agronegócio| Foto: Divulgação

Nos passos de outras empresas brasileiras de telecom que estão avançando na Bolsa de Valores para crescer, uma companhia paranaense tem adotado uma estratégia agressiva de olho em abrir capital já em 2022. Nos últimos meses, a Nova Telecom, de Curitiba, comprou uma série de provedores menores de internet para consolidar posição no fornecimento de internet banda larga e se tornar um ativo desejado no aquecido mercado de investimentos desse segmento.

"Já fizemos 12 aquisições [de provedores regionais]. Algumas ainda precisam ser migradas para a nossa base. Estamos acompanhando a movimentação do mercado e abertos para novas compras. São várias propostas em estudo. Com isso, temos a previsão de dobrar de tamanho até o final de 2022. Desse faturamento, 70% está pautado no crescimento inorgânico”, diz Agnaldo Bastos Lopes, CEO da empresa.

Neste ano, a empresa projeta um faturamento de R$ 125 milhões, o que a consolida como 5ª maior telecom no estado. Segundo o CEO, em 90% das cidades em que atua (hoje a empresa direciona seus serviços para o Paraná e no Mato Grosso) a empresa é líder de mercado, batendo inclusive as gigantes do setor, como Oi, Claro e Vivo. São dois públicos: os clientes empresariais e os residenciais. "Não somos uma empresa de preço. Somos uma empresa de serviços e qualidade de conexão. Não temos o melhor custo, mas temos o melhor benefício", define o executivo.

Mas a Nova Telecom quer mais. A empresa espera estender sua atuação para o Mato Grosso do Sul, fechando a cobertura no cinturão do agro formado com o Paraná e o Mato Grosso. "Entendemos que os maiores investimentos nos próximos anos estarão na economia do agro. Nosso objetivo é estar presente neste ambiente", indica Lopes.

Para avançar geograficamente, a empresa desenhou cinco etapas importantes, das quais duas já foram cumpridas e a terceira está em andamento: estruturação de governança, transformação em sociedade anônima, captação de recursos, fusão ou aquisição de um provedor mais robusto e abertura de capital em Bolsa. O CEO indica que a empresa segue na fase de captação, mas já avançando para uma possível fusão.

O objetivo da Nova é chegar fortalecida à Bolsa de Valores, assim como fizeram outros players do mercado, como a Brisanet, a Unifique e a Desktop – todas listadas na B3 em 2021. "Foi fundamental a entrada dos três primeiros players neste ano. Isso dita o ritmo do investidor. De o quanto ele confia nesse modelo de negócio. Nós acreditamos que é possível estarmos em 2022 nesta fase [de IPO]", diz Agnaldo Lopes.

Nova aposta em um novo modelo de serviço de conexão 

Por trás do otimismo também está a confiança em seu modelo de negócio. A Nova é o principal negócio de um grupo curitibano com 21 anos de estrada no ramo da tecnologia, o ABL, que hoje emprega 1,2 mil pessoas (400 apenas na telecom). O conglomerado oferece serviços tão diversos quanto produção de softwares, fabricação de totens e itens de autoatendimento, formulação de meio de pagamentos, plataforma de adaptação de empresas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e armazenamento em nuvem.

Os vários braços se interligam e formam um diferencial competitivo da Nova, que, segundo seu CEO, não é apenas um provedor de internet de banda larga, mas uma empresa de serviços. "São diferentes braços de atuação, mas todos atuam de forma sinérgica. Todos estão voltados à operação de tecnologia e são complementares. Se você olhar a telecom, por exemplo, ela precisa de teleatendimento, ela necessita de meios de pagamento, de fábrica de software. Ela precisa de inúmeras situações que o próprio grupo atende", diz.

O executivo acredita que um modelo de fornecimento de internet ligado a uma série de outros serviços é o futuro sustentável da conectividade no Brasil, que, hoje, ele define como “commodity”. "Se não houver mudança das empresas que só prestam internet, elas vão ter dificuldade para manter preço e qualidade", aponta.

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