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Requião
| Foto: Jonathan Campos/Arquivo/Gazeta do Povo

Ex-candidato à presidência da República e pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos esteve em Curitiba, no último domingo (3), para um encontro com o ex-governador do Paraná Roberto Requião (sem partido). Durante a conversa sobre a conjuntura política do país e a avaliação sobre as manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro ocorridas no sábado (2), Boulos convidou Requião para ingressar em seu partido e ser o candidato do PSOL ao governo do Paraná.

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Requião está sem partido desde que foi derrotado na convenção estadual do MDB, em julho e decidiu se desfiliar da legenda que fundou. O ex-governador, que manifesta intenção de disputar o governo do estado, se lançando como principal opositor de Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), conversou com o PSB, que, no entanto, declarou apoio à reeleição do governador, e mantém diálogo com PDT e PT, mas ainda não decidiu seu futuro político.

Como, junto com Requião, deve ingressar no novo partido seu filho, o deputado estadual Requião Filho (ainda no MDB, aguardando a janela partidária do ano que vem), o PSOL pode ser uma alternativa viável para ambos. O partido nunca elegeu um deputado no Paraná, ficando, nas duas últimas eleições, a poucos votos do quociente eleitoral. Assim, Requião Filho poderia ser o nome para puxar a votação do partido para o Legislativo a ponto de eleger o primeiro deputado e não teria a concorrência interna que poderia enfrentar no PT ou no PDT.

Ao avaliar a conversa, Requião evitou citar a questão partidária. “Como sempre, uma boa conversa. Nós precisamos de um programa mínimo para unir a oposição no Brasil. Soberania, restabelecimento dos direitos do trabalhador, desenvolvimento sustentável e um projeto de abertura da mídia para que o Brasil possa discutir o seu futuro e o seu projeto nacional e civilizatório”, destacou. “As manifestações de ontem [sábado] foram bem mais consistentes do que as manifestações anteriores. Aqui, em Curitiba, já foi impressionante, foi significativa. Mas Bolsonaro está sendo derrotado quando o cidadão enche o taque do seu carro e não pode pagar, quando ele vai ao mercado comprar menos do que comprava e tem dificuldade em saldar o valor da compra, quando ele paga água, paga luz. Essa visão neoliberal, que contamina o Brasil de cima a baixo”, acrescentou.

Boulos, por sua vez, exaltou a liderança histórica do ex-governador. “É sempre uma satisfação conversar com o grande Requião, referência histórica da luta patriota brasileira, da luta popular brasileira. Nosso desafio, agora, é derrotar Bolsonaro, é defender a democracia brasileira, mas não para por aí. Nós precisamos, também, enfrentar esse projeto de país neoliberal, esse projeto de país que só sabe falar em arrocho, corte, desnacionalização, que está fazendo com que o povo brasileiro fique na fila do osso, está fazendo com o que o botijão de gás custe R$ 120, está levando nosso povo a níveis de miséria inacreditáveis. Então, é derrotar Bolsonaro na política e derrotar a política neoliberal na economia, construindo um projeto para reconstruir o Brasil numa outra perspectiva”, afirmou.

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