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Passeata passou por ruas do bairro Mossunguê, em Curitiba, na manhã deste domingo (24), e terminou no Parque Barigui | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Passeata passou por ruas do bairro Mossunguê, em Curitiba, na manhã deste domingo (24), e terminou no Parque Barigui| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Acidente

O acidente aconteceu na esquina das ruas Monsenhor Ivo Zanlorenzi e Paulo Gorski na madrugada do dia 7. O deputado dirigia um Volkswagen Passat de cor preta, que acabou batendo contra um Honda Fit de cor prata. Após a colisão, os carros foram parar na Rua Barbara Cvintal, uma via local paralela à Monsenhor Ivo Zanlorenzi.

Pedaços de lataria, vidros e ferros ficaram espalhados por cerca de cem metros. Os dois ocupantes do Honda, Gilmar Rafael Souza Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20 anos, morreram no local.

Reportagem da Gazeta do Povo revelou que Carli Filho estava com a carteira de motorista cassada no momento da ocorrência, em razão do excesso de multas – a maioria por excesso de velocidade.

Os pais do parlamentar defenderam que ele seja punido se for provada a sua responsabilidade no acidente. "Nós não vamos pôr a mão na cabeça. Se ficar provado que ele é culpado, ele vai ter que pagar pelo que fez", afirmou a mãe de Carli Filho, Ana Rita Carli, em entrevista ao Fantástico, transmitida no domingo (17).

O Instituto Médico-Legal (IML) do Paraná entregou à polícia, nesta segunda-feira (25), o laudo do exame toxicológico do sangue do deputado Fernando Ribas Carli Filho (PSB), envolvido em um acidente que resultou na morte de duas pessoas. Não foram encontrados vestígios de cocaína, ecstasy ou anfetamina. O IML, porém, ainda procura um laboratório que seja capaz de fazer a análise da presença de maconha, pois só faz o exame em amostras de urina.

"O mais comum, realizado em todos os laboratórios públicos ou particulares, é o exame em urina. No entanto, só temos amostra de sangue e são raros os laboratórios que fazem o exame através do sangue", disse o interventor do IML, coronel Almir Porcides Júnior, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). O perito José Escorsin Neto informa no laudo, ainda segundo a Sesp, que as amostras de sangue não foram coletadas especificamente para o exame toxicológico e sua manipulação para outros exames poderia interferir no resultado desta análise. "O resultado do exame do IML é 100% confiável. Entretanto, não podemos afirmar que as amostras de sangue foram manipuladas e acondicionadas da maneira específica para este exame, o que pode interferir no resultado", explicou Porcides.

De acordo com o laudo, não foram detectadas drogas, como cocaína e ecstasy. Também não foram detectados outros compostos que podem potencializar a ação do álcool no organismo, como os estimulantes (anfetamina, metanfetamina) e os compostos químicos para emagrecer (anfepramona, femproporex, manzidol, sibutramina e efedrina).

Álcool

Na segunda-feira (18), a Sesp divulgou o resultado do exame de dosagem alcoólica que comprovou que o deputado estava embriagado na madrugada do acidente. De acordo com o laudo, havia no sangue do deputado 7,8 decigramas de álcool, por litro de sangue. Para o Código de Trânsito, artigo 306, 6 decigramas já são considerados crime.

O material examinado pelo IML foi coletado pelo Hospital Evangélico para exames clínicos logo após o acidente, mas só uma semana depois a Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran)solicitou as amostras de sangue .

Passeata

Familiares e amigos de Gilmar Rafael Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20, jovens mortos no acidente de carro que envolveu o deputado no dia 7 de maio, realizaram na manhã deste domingo (24) uma passeata, em Curitiba, para pedir paz e justiça.

A caminhada partiu do cruzamento entre as ruas Monsenhor Ivo Zamlorenzi e Paulo Gorski, no Mossunguê, local da tragédia, por volta das 10h30 e seguiu até o Parque Barigüi por volta do meio-dia, fim da manifestação. As pessoas cantaram músicas que abordavam o tema da paz e aplaudiram os discursos dos familiares das vítimas.

Radares

Os radares da Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi não captaram imagens do carro conduzido pelo deputado na noite do acidente. A polícia solicitou à Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) uma lista de veículos que passaram pelo local a qualquer velocidade.

Primeiramente, foi analisado o período entre 0 hora e 1 hora da madrugada do dia 7 de maio. O carro dirigido por Carli Filho, no entanto, não passou por nenhum dos sete radares nesse intervalo de tempo. No último dia 13, o delegado Armando Braga de Moraes Neto, titular do Dedetran de Curitiba, encaminhou um novo ofício à Urbs solicitando um período de tempo maior.

O delegado informou, na sexta-feira (22), que mesmo analisando o período entre as 23 horas do dia 6 e às 2 horas do dia 7, o veículo do deputado não aparece. Um dos radares fica a cerca de 500 metros no local do acidente. Moraes disse que ainda aguarda um levantamento do Instituto de Criminalística para marcar a data da reconstituição do acidente.

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