Ato na noite desta quarta-feira no Cajuru terminou com um ônibus incendiado| Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná

Moradores do bairro Cajuru, em Curitiba, voltaram a protestar na noite desta quarta-feira (24) pela morte do jovem Ruhan Luiz Machado, 20 anos, morto durante uma suposta troca de tiros com a Polícia Militar (PM) segunda-feira (22). Depois de queimarem pneus e apedrejarem um ônibus terça-feira (23), na quarta os manifestantes atearam fogo em outro ônibus e em mais pneus, bloqueando o cruzamento das ruas Trindade. Além da PM, o Corpo de Bombeiros atendeu a ocorrência.

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Em resposta aos protestos, a Polícia Civil instaurou inquérito para investigar a morte. O comando da PM também abriu Inquérito Policial Militar (IPM) para avaliar internamente a conduta dos policiais na morte do jovem. A PM também afastou do trabalho na rua os policiais envolvidos na ação de segunda-feira.

A família de Ruhan alega que o rapaz não tinha envolvimento com o crime e com drogas e que teria sido executado pela PM com cinco tiros na cabeça. Ela havia trabalha em uma fábrica de pedras e havia passado no vestibular para Direito, com bolsa de estudo de metade do valor do curso. O rapaz foi enterrado na manhã de quarta-feira (24), em um cemitério em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.

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Os policiais alegam que faziam buscas pelos assassinos de um rapaz morto a pedradas no Cajuru na noite de segunda-feira. Durante a busca, os PMs teriam encontrado um grupo que faziam disparos para o alto na Rua Malba Gama Scremin, a 200 m de onde a vítima foi apedrejada. Ao abordarem o grupo, os policiais teriam sido alvo de disparos. Segundo os PMs, Ruhan estaria neste grupo. A família alega que o rapaz estava voltando da casa de um primo ao ser alvejado.

“Meu filho nunca teve nenhuma passagem pela polícia, nem quando era menor de idade. Tinha acabado de passar no vestibular de direito e ia fazer o Enem para conseguir uma bolsa de 100%, porque tinha conseguido metade da bolsa”, disse a mãe de Ruan, Suzete Santos, ao telejornal Boa Noite Paraná na terça-feira. .

Segundo a PM, o afastamento dos policiais se deu após uma avaliação psicológica de ambos. A corporação, no entanto, não detalhou o laudo. Em nota, a PM afirma que “tem total interesse em esclarecer o ocorrido e, caso seja constatadas irregularidades na conduta dos profissionais, as medidas de responsabilização cabíveis ao que for comprovado serão aplicadas”

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Já a investigação da Polícia Civil está a cargo do 6º Distrito Policial, no Capão da Imbuia. Ainda não há mais detalhes sobre o andamento do inquérito, que, segundo a Polícia Civil, poderiam atrapalhar a apuração caso divulgados.

Protestos

Ônibus depredado no ato de terça-feira 

Moradores do Cajuru, na região onde o rapaz foi morto, organizaram um protesto nas ruas na terça-feira (23),. O objetivo era chamar a atenção para o óbito, mas acabou em mais violência. Bloqueando as ruas Trindade e Ferroviários, os manifestantes atearam fogo em pneus até o fim da tarde, quando agentes da PM dispararam balas de borracha. Segundo a polícia, o uso de força só foi necessário após os manifestantes apedrejarem os agentes e um ônibus do transporte público da cidade.

Um novo ato foi realizado na noite desta quarta-feira (24). Dessa vez, o bloqueio de trânsito foi realizado na esquina da Rua da Trindade com a Avenida Presidente Affonso Camargo. Familiares queimaram pneus e levaram cartazes pedindo justiça. Um ônibus também foi incendiado.

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