| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Os sete réus acusados de envolvimento na morte do jogador Daniel Corrêa Freitas foram interrogados nesta quarta-feira (4), no Fórum de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Três deles ficaram em silêncio, incluindo Edison Brittes Júnior, assassino confesso do atleta, e por isso essa fase do processo terminou hoje mesmo.

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Na sequência, defesa e acusação farão as alegações finais e então a Justiça decidirá se os réus irão ou não a júri popular. A previsão é de que essa definição seja dada em novembro. Se alguma das partes entrar com algum tipo de recurso, esse prazo pode ser maior e também existe a possibilidade de desmembramento do processo, ou seja, que cada réu - ou grupo de réus - ser julgado separadamente.

Veja um resumo do que disseram as defesas dos réus após os interrogatórios, já que a imprensa não pôde acompanhar as falas na sala de audiências:

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Edison Brittes Júnior permaneceu em silêncio durante o interrogatório no Fórum de São José dos Pinhais. Ele e a defesa entenderam que os outros réus deveriam falar primeiro e, como ele é o envolvido direto no homicídio, deveria ser o último a ser ouvido. Como isso não ocorreu, ele optou por ficar em silêncio e talvez só se pronuncie no dia do júri.

O advogado Cláudio Dalledone Junior. afirmou que Brittes Jr. manifestou o direito dele de permanecer em silêncio e disse ainda que "muita coisa ainda tem que vir aos autos", ao fazer referência ao que chamou de deficiências do inquérito policial.

"Quem [julgará] Edson Brittes é a comunidade de São José dos Pinhais. Ele será devidamente interrogado após todas as questões serem dirimidas", completou o defensor da família Brittes.

Mais silêncio

Depois do assassino confesso do atleta, foi a vez de Ygor King e David Willian Vollero da Silva também ficarem calados. Nesse caso por orientação do advogado Rodrigo Faucz. “Entendemos que o Edison deveria se pronunciar primeiro, já que ele deveria falar sobre todo o crime. Ficou bem provado que o Ygor e o David participaram só das agressões. Então se Edison não falar primeiro, eles também ficaram em silêncio”, disse Faucz.

A defesa trabalha para que os dois jovens não sejam levados a júri por homicídio. Mais ainda pesa contra eles outros crimes, como ocultação cadáver, fraude processual, e corrupção de menores. Silva responde ainda por denunciação caluniosa. “Se forem a júri terão que esclarecer tudo”, disse Faucz.

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"Intenção era dar uma lição"

Já Eduardo Henrique da Silva falou em juízo. Conforme o advogado Edson Stadler, o cliente dele, Brittes Jr. e os outros dois réus citados anteriormente saíram da casa da família Brittes, em São José dos Pinhais, com a intenção de dar uma "lição no jogador" e expô-lo ao ridículo ao cortar o órgão sexual. O defensor disse que os clientes não tinham a intenção de bater ou matar Daniel e que os três imaginavam que o jogador conseguiria buscar socorro em algum hospital.

Mas, segundo Stadler, Brittes Jr. mudou de ideia quando pegou um celular. “Ele parou o carro bruscamente e ficou transtornado”, disse o advogado, que não soube dizer de quem era o celular que Edison Brittes Jr. manuseava - se era dele mesmo, de Daniel ou de outra pessoa. Ygor King e David Willian Vollero da Silva também não sabem o que foi que o assassino confesso viu no aparelho. Depois disso, os três perceberam que Brittes havia realmente cortado o órgão sexual do atleta.

A defesa da família Brittes não se manifestou sobre essa questão nesta quarta.

Cristiana emocionada no interrogatório

Cláudio Dalledone Junior também defende Cristiana Brittes e reafirmou a tese de que ela foi abusada sexualmente por Daniel, que, segundo a defesa, invadiu o quarto do casal. Na avaliação dele, não houve contradições no interrogatório dela, que respondeu a todas as perguntas feitas pela juíza e pela promotoria.

O advogado ressaltou ainda a emoção de sua cliente durante o interrogatório. "Está há 10 meses presa e tinha a filha, até pouco tempo, presa. Não tem como não chorar, não tem como não se emocionar", disse Dalledone.

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Defesa de Evellyn fala em coação por parte de Brittes Jr.

Segundo o advogado Luiz Roberto Zagonel, que representa Evellyn Brisola Perusso, ela ratificou tudo o que falou no inquérito policial e respondeu a todas as perguntas que lhe foram feitas. A jovem falou sobre a sua participação e o que cada um fez no dia do crime. Ainda de acordo com o defensor, Evellyn afirmou que fez a limpeza do sangue de Daniel na casa porque se sentiu coagida por Brittes Jr. “Ela viu tudo. Daqui a pouco chega o agressor na casa e fala ‘vamos limpar tudo’. Ele não a obrigou. Mas qualquer pessoa nesta situação ficaria com medo. Edison determinou e ela fez”, afirmou o advogado.

Ela responde em liberdade por fraude processual, denunciação caluniosa, corrupção de menores e falso testemunho. A expectativa da defesa de Evellyn é de que ela será inocentada de todas as acusações. “Corrupção de menores já cai por terra, pois ela nem conhecia a adolescente que estava na casa e na festa. Inclusive por não conhecê-la e pela adolescente estar na festa. A Evellyn nem sabia que era menor de idade”, ressaltou o advogado.

A defesa da família Brittes também não se manifestou sobre essa questão.

Allana defende a mãe em depoimento

Em liberdade desde o dia 7 de agosto, Allana Brittes, que responde por coação de testemunhas, fraude processual e corrupção de menores, foi a primeira a ser ouvida pela juíza Luciani Martins de Paula e, segundo a defesa, concentrou argumentos para defender a mãe das acusações envolvendo a morte do atleta.

"A Allana alegou que ela e sua mãe não participaram do homicídio. Inclusive, Cristiana pediu para que as agressões contra Daniel parassem", afirmou Cláudio Dalledone Jr., advogado da família. Além de responder pelos mesmos crimes que a filha, Cristiana também foi acusada por homicídio qualificado por motivo torpe.

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O que diz o advogado da família de Daniel

O advogado Nilton Ribeiro, que representa a família de Daniel e atua como assistente de acusação, afirmou que a expectiva é que a Justiça decida que todos os réus devem ir a júri popular. Ele também criticou a tentativa de imputar a motivação do crime ao próprio Daniel.

“A sociedade toda está querendo saber o que aconteceu aqui. E, ao final de nove meses, já temos o encerramento da instrução", afirmou Ribeiro.