Bar em Curitiba no feriado de Tiradentes: gente sem máscara e sem respeitar distância social de 1,5 m.| Foto: Colaboração
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O fim de tarde de céu limpo e pôr do sol colorido fez muitos curitibanos ignorarem a pandemia de coronavírus e saírem de casa na última terça-feira (21), feriado de Tiradentes, para curtir um chope com os amigos. Na contramão das recomendações das autoridades de Saúde, os frequentadores dos bares ignoraram o distanciamento social de no mínimo 1,5 metro entre uma pessoa e outra. Além disso, muitos sequer usaram máscaras para evitar a proliferação da doença.

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No Porks, em frente ao Museu do Olho no bairro Centro Cívico, a aglomeração se estendeu até a calçada na frente do bar. O Bar do Açougueiro, no bairro Água Verde, chegou a ter mesas cheias e frequentadores aproveitando o deck como se não existissem recomendações de isolamento social. Ambos os estabelecimentos foram criticados nas mídias sociais.

De acordo com o decreto assinado pelo prefeito Rafael Greca na semana passada orientando o funcionamento do comércio em Curitiba, os próprios estabelecimentos devem cumprir regras para evitar aglomerações no seu interior. Entre elas, “capacidade máxima de uma pessoa a cada 9 m², incluindo clientes e funcionários”.

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O Porks do Museu do Olho se defendeu em duas postagens em seu perfil oficial no Instagram. A rede explicou que fechou as portas das suas unidades há mais de um mês, mesmo sem a exigência da prefeitura de fechar empreendimentos do segmento de alimentação. Desde então, a rede afirma que passou a trabalhar somente com delivery e vendas no balcão.

Sobre a aglomeração em frente ao bar do Centro Cívico terça-feira, a rede respondeu que muitas pessoas chegaram para acompanhar o pôr do sol, que é uma tradição no Museu Oscar Niemeyer (MON). “Em poucos minutos, o local estava cheio e o movimento do bar foi se misturando com o movimento da rua e o público foi ficando por conta própria”, explica o Porks em nota.

De acordo com o estabelecimento, a equipe contava apenas com três pessoas. Assim que percebeu a aglomeração, a equipe passou a orientar os clientes para que retirassem os pedidos no balcão e saíssem rapidamente do bar e que não ficassem no espaço externo para evitar aglomerações.

Em nota, o Bar do Açougueiro afirma que está funcionando desde a semana passada respeitando as orientações da prefeitura de Curitiba.

Regras para evitar aglomerações

A situação vista nos dois bares vai na contramão das novas medidas reforçadas pela Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba para estabelecimentos comerciais. De acordo com a prefeitura, os locais devem controlar a lotação dos espaços, que deverão ter capacidade máxima de uma pessoa a cada 9 m², incluindo clientes e funcionários.

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Além disso, se necessário, o estabelecimento precisa controlar a entrada de pessoas de acordo com o número máximo permitido. Se necessário, criar demarcações do posicionamento de pessoas nas filas e mesas, respeitando o distanciamento de 1,5 metro entre uma pessoa e outra.

Além das medidas de distanciamento social, funcionários e público externo devem usar máscaras durante o horário de funcionamento interno e externo do espaço. A exigência da prefeitura recomenda o uso de máscaras de confecção caseira, conforme orientações do Ministério da Saúde.

Uma nova resolução da prefeitura, publicada na última sexta-feira (17), diz que serão feitas fiscalizações, inicialmente de orientações, aos estabelecimentos comerciais que estão abertos. Além disso, a prefeitura afirma que a Guarda Municipal está circulando por todos os bairros da cidade orientando a população sobre a necessidade de uso de máscaras em locais públicos.

Situações de aglomerações em estabelecimentos podem ser denunciados pela Central 156. O comércio que não cumprir medidas de prevenção do coronavírus poderá ter até o alvará cassado, de acordo com as novas regras publicadas no Diário Oficial da prefeitura no dia 16 de abril.

Abrabar orienta atendimento em ambiente aberto

Com relação aos bares mencionados, a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar/PR) ressaltou que o atendimento não estava sendo feito em local fechado nos dois estabelecimentos. No Porks, aponta a entidade, as pessoas estavam nas calçadas. “Inclusive este último [o Porks do Centro Cívico] logo depois parou de atender e fechou o estabelecimento quando viu que estava tendo aglomeração, e de que estavam sendo consumidos produtos não comercializados no local”, salienta a associação em nota.

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A Abrabar ressalta ainda que segue orientando os estabelecimentos e cobra uma postura de comprometimento às orientações e procedimentos do Ministério da Saúde e das secretarias municipal e estadual de Saúde, com cartilhas disponíveis no site da entidade. A associação ainda ressalta que estimula seus membros a priorizar o atendimento em áreas abertas, com espaços arejados e com boa ventilação, sempre adequando para melhor atender o público.

Por fim, a entidade lembrou que as casas noturnas, de shows, casas de eventos e boates estão proibidas de funcionar. “Já as demais atividades não estão proibidas, alguns estabelecimentos acharam melhor nem abrir as portas e não trabalhar, nem pelo sistema delivery ou entrega no balcão, enquanto outros preferiram arriscar o atendimento com prejuízos e 10% da sua capacidade”, explica a Abrabar em nota.