| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Quatro policiais militares de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), foram presos em flagrante na noite de quarta-feira (6) por cobrarem dinheiro para que um rapaz não fosse preso. A prisão dos PMs foi feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), força-tarefa do Ministério Público do Paraná (MP-PR) com agentes da polícias Civil e Militar. Junto com os policiais, o Gaeco encontrou três revólveres irregulares - um deles no porta-malas da viatura -, além de substância parecida com crack escondida em uma caixa de fósforo.

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Os policiais do 17º Batalhão abordaram por volta de 15h30 um rapaz em São José dos Pinhais que já tinha ficha criminal por tráfico de drogas, posse de arma e até homicídio. Como não encontraram nada com ele na revista, exigiram R$ 16 mil para não irem até a casa em que o rapaz mora onde os PMs disseram que “plantariam” drogas e armas para incriminá-lo. Os agentes deram um prazo de até 20h para o dinheiro ser entregue em um local combinado pelos próprios policiais.

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Mas ao invés de se render ao pedido dos policiais, o rapaz resolveu denunciar o caso ao Gaeco, que planejou como seria a entrega do dinheiro para registrar o flagrante. No horário combinado, o rapaz apareceu e entregou aos policiais o valor.

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Assim que o rapaz saiu do local, os policiais passaram a ser seguidos pelas viaturas do Gaeco e não pararam diante das abordagens. “Acionamos todos os avisos possíveis, mas os policiais não pararam. Eles foram parar só depois de aproximadamente 3 km, já na alça de acesso do Contorno Leste”, contou o promotor Leonir Batisti, chefe do Gaeco.

Ao prender o quarteto, o Gaeco não encontrou o dinheiro entregue pelo rapaz. Apesar disso, o Gaeco fotocopiou as cédulas repassadas aos policiais. “O dinheiro pode ter sido arremessado pelo caminho, mas a situação da concussão [crime praticado por servidores públicos, equivalente a extorsão] ficou caracterizada por si só”, explica Batisti.

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Os quatro policiais foram encaminhados à sede Gaeco, no bairro Ahú, em Curitiba, onde foram ouvidos. Eles foram autuados por concussão e também pela posse das armas. Os quatro ficarão detidos em um quartel da PM, mas não foi informado para qual. Procurada, a PM ainda não se manifestou sobre as prisões. Os advogados dos policiais presos não foram localizados.