| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Com o maior número de veranistas nas praias do Paraná neste verão, aumentaram também o número de crianças perdidas nas faixas de areia do Litoral. Se na última temporada o número era de, em média, 11 crianças por dia que se perdiam dos pais ou responsáveis, nos primeiros 15 dias desta temporada a média saltou para 19. Desde o dia 21 de dezembro, quando teve início a Operação Verão, foram 265 casos.

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Apesar das campanhas e das instruções recorrentes para que os pais mantenham a atenção aos pequenos e que os identifiquem com as pulseirinhas fornecidas pelo Corpo de Bombeiros, Guarda-vidas e policiais militares, esse número só tem crescido. De acordo com o último levantamento da Polícia Militar, O Litoral recebe 30% a mais veranistas neste ano em relação à última temporada, número que surpreendeu as autoridades e elevou praticamente todas as estatísticas, desde orientações e salvamentos no mar até o desaparecimento temporário de crianças.

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A professora Stela Maziero conta que já viveu a situação de perder a filha, que tinha cerca de dois anos, na praia. Ela relata que ficou em casa para cozinhar, enquanto a irmã e o cunhado foram à praia com Ana Clara. Os parentes voltaram ao local em que estavam hospedados sem a menina, relatando o desaparecimento. “Quase morri do coração. Foi o momento mais angustiante da minha vida. Só fui encontrar ela algum tempo depois, quase na ponta da praia, com um casal de argentinos que desconfiaram de uma menina andando sozinha pela praia”. Stela, que tem casa em Caiobá, afirma que encontrou a filha já perto do Morro do Boi, na divisa entre as praias mansa e brava do balenário.

Depois do episódio, a família procura manter sempre a atenção para a atividade das crianças, e sempre que chega na praia já procura um posto de guarda-vidas para pegar as pulseirinhas para as crianças. São três crianças na família, todas identificadas e sob vigilância constante dos adultos.

João Marcelo Melo espera para receber a pulseirinha no Litoral 

A administradora de empresas Ana Carolina Ferreira também mantém o filho, Gabriel, que tem cinco anos, sempre sob seu olhar. Ela diz que a família está hospedada próxima à praia, em Matinhos, e que procura evitar horários de maior movimento. Para ela, que não sabia como funcionava a pulseira em praias paranaenses, o serviço ajudaria no caso de Gabriel se perder dos pais. “Já vi isso em outras praias, em Santa Catarina e no Nordeste. Espero que aqui funcione bem, porque é um drama”, comentou.

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Ela conta que viveu por poucos momentos a angústia de não ver o filho nas proximidades, quando curtia a praia em Santa Catarina, na última temporada, mas que a situação durou pouco tempo, já que o menino tinha ido ao mar sem avisar. Após ser alertada de que as pulseiras estavam sendo distribuídas nas praias paranaenses, Ana Carolina conta que não deixará mais de procurar os postos de guarda-vidas assim que chegar à orla, para não arriscar viver problemas maiores. “É bom que tem isso aqui também, porque é importante ter todas as informações possíveis para ajudar a localizar as crianças”, comentou.

Pulseirinha de identificação para crianças é segurança para os pequenos e famílias 

Orientações

Quando uma criança se perde dos pais, é comum que os próprios veranistas tentem promover o reencontro. Palmas, assovios e anúncios em voz alta dos nomes dos pais ou responsáveis, ou mesmo das crianças, são comuns de se ouvir nas faixas de praias do estado. A reportagem presenciou uma dessas tentativas de reencontro, quando um menino, de quatro anos, estava perdido e foi conduzido pela policial militar Débora Pinheiro pela orla de Matinhos até que seus pais fossem encontrados. Ele estava sem a pulseirinha de identificação.

A soldado reforçou a importância da identificação para facilitar o reencontro entre pais e filhos. “Todos os módulos da polícia e dos bombeiros estão distribuindo, assim como algumas patrulhas de bicicleta da PM”. Débora ainda ressaltou a ação dos veranistas. “Essa é uma atitude, já tradicional, que ajuda bastante”, completou.

Mas a solidariedade entre os banhistas não é a única forma de se remediar a situação. O Corpo de Bombeiros, que atua em 89 postos de guarda-vidas ao longo dos 48 quilômetros de orla marítima no estado, distribui de maneira gratuita as pulseiras de identificação a pais e responsáveis que estão com crianças na praia. A orientação do órgão é que, assim que chegarem à praia, os parentes procurem um guarda-vidas, ou uma unidade da Polícia Militar, e retirem uma pulseirinha para cada criança.

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É importante, de acordo com os bombeiros, que seja feito o preenchimento de maneira correta, com nome dos responsáveis e telefone de contato, o que facilita na localização dos adultos. E quando alguém avistar uma criança desaparecida, a recomendação é que a leve até um posto de guarda-vidas ou da Polícia Militar.

Já de acordo com o Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas da Polícia Civil (Sicride), algumas recomendações podem prevenir o desaparecimento temporário ou ajudar na solução do caso. Além de colocar a pulseirinha, com o nome da criança e dos pais, endereço do local onde a família está no Litoral e um telefone, também é importante não descuidar das crianças em hipótese alguma, combinar com ela um ponto de referência fixo, como prédios, placas ou estabelecimentos comerciais, e não deixar que fiquem sob vigilância de pessoas desconhecidas, mesmo por um período curto de tempo. Outras medidas são orientar as crianças a não se afastarem dos pais ou responsáveis e ensinar que quando se perderem, elas devem procurar uma viatura policial, um policial fardado ou um guarda-vidas para pedir ajuda.

Caso os pais percebam que a criança está perdida, é preciso pedir imediatamente ajuda para as pessoas ao redor e acionar a Polícia Militar ou o Corpo de Bombeiros.