Executivo da Anfavea defendeu os incentivos fiscais que permitiram atualizar tecnologias dos carros produzidos no Brasil.| Foto: Ford/Divulgação
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Dois dias após a Ford decretar o fim da produção no Brasil, a Anfavea, entidade que representa as montadoras no País, cobrou medidas que melhorem a competitividade do setor e rebateu, embora sem citar nome, o presidente Jair Bolsonaro, que atribuiu o anúncio da multinacional americana à retirada de subsídios. "Em nenhum momento falamos de subsídio. Todas as nossas propostas visam à redução do custo-país. Não queremos subsídios, queremos competitividade", afirmou, durante entrevista a um grupo pequeno de jornalistas, o presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes.

Após considerar que o debate sobre o fechamento da manufatura da Ford tem sido politizado, o executivo defendeu os incentivos fiscais que permitiram atualizar tecnologias dos carros produzidos no Brasil e, referindo-se a medidas estruturais necessárias no País - em especial a reforma tributária - pediu que timing político seja determinado pelas prioridades econômicas, e não pelo calendário eleitoral. A forma de evitar que mais montadoras deixem o País, continuou, é estimulando a economia e a competitividade, de modo a permitir a retomada do mercado e a inserção brasileira no mercado internacional, hoje restrita, sobretudo, a negócios com vizinhos da América do Sul. "Uma chance de resolver é estimulando a economia, reduzindo o custo. Outra alternativa é fechar fabricas", disse o principal porta-voz da indústria de veículos.