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A greve dos funcionários terceirizados que trabalham nas obras de reforma e ampliação da Refinaria Getúlio Vargas (Repar) e da Fosfértil, em Araucária, poderá acabar na segunda-feira (20). A informação é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Montagem e Manutenção e Prestação de Serviço nas Áreas Industriais do Estado (Sindimont), Antônio Lemos do Prado.

Segundo ele, houve avanços nas negociações com o Sindicato das Empresas de Engenharia de Montagem e Manutenção Industrial do Estado do Paraná (Sindemon) durante a audiência de conciliação - realizada nesta sexta-feira (17) - no Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT9).

De acordo com Prado, apesar de todas as reivindicações dos trabalhadores não terem sido atendidas, a intenção dos trabalhadores é conseguir melhora na proposta que as empreiteiras apresentarão na nova audiência no TRT9 - que será realizada na segunda-feira (20) -, quando as negociações devem continuar. "Estamos dispostos a negociar e, dependendo do que for acordado, poderemos encerrar a paralisação na segunda", afirmou o presidente do Sindimont.

Inicialmente as empreiteiras propuseram reajuste salarial de 6%, cesta básica de R$ 60, entre outros benefícios para que a greve não começasse. E nesta sexta-feira foi oferecido aumento de 7%, estabelecimento de piso salarial de R$ 700 e cesta básica de R$ 70.

Emanoel Theodoro Salloum Silva, advogado de quatro dos 31 consórcios da Repar – CCPR, Conpar, Interpar e Skanska –, os quais juntos detêm 85% da mão-de-obra terceirizada das obras da Repar, afirmou que a proposta pode ser melhorada. Silva disse que para isso acontecer os trabalhadores têm que desistir do pedido de 20% de reajuste salarial, que, segundo ele, é ilusório. "A situação econômica do país não comporta um reajuste nesses níveis. Reajuste de 20% não ocorreu em nenhum local do país", salientou o advogado dos quatro consórcios.

A proposta das empresas que poderá ser apresentada na audiência de segunda-feira (20) prevê reajuste de 8%, piso salarial de R$ 720, entre outros benefícios.

Silva comparou a situação salarial dos trabalhadores do sindicato de montagem e manutenção com a dos colaboradores ligados ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada no Estado do Paraná (Sintraprav), que também aceitaram reajuste salarial de 8%.

Liminar

A Repar conseguiu liminar na quinta-feira (16), que foi divulgada nesta sexta-feira (17), para que os funcionários terceirizados da refinaria que não aderiram ao movimento, possam ter acesso ao local. A decisão foi do juiz Evandro Portugal, da Vara Cível de Araucária, que afirmou na decisão que se estava obstruindo o acesso à Repar.

De acordo com a liminar, caso a decisão judicial não seja cumprida, haverá multa diária de R$ 50 mil a cada uma das entidades – a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e os seis sindicatos que representam os trabalhadores da Repar. A assessoria da CUT informou que os trabalhadores terceirizados foram impedidos de entrarem no local de carro, mas a pé poderiam passar tranquilamente. A assessoria disse que essa medida foi adotada em protesto aos funcionários que não aderiam à paralisação e que depois passariam a usufruir dos benefícios conquistados pelos grevistas, sem terem feito nenhum esforço. O departamento jurídico da CUT já entrou com recurso à ação.

Segundo o advogado Emanoel Theodoro Salloum Silva, advogado de quatro dos 31 consórcios da Repar, existem duas possibilidades para que a paralisação seja encerrada. A primeira é com um acordo entre as partes; a segunda será por vias legais, com a decretação da ilegalidade do movimento pela Justiça. De acordo com Silva, isso poderia vir a acontecer, visto que a primeira decisão judicial sobre a questão não foi favorável ao movimento.

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