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Fraude no INSS

Tebet confirma que governo cobrirá ressarcimento às vítimas de fraudes no INSS

Simone Tebet
Ministra do Planejamento diz que todos serão ressarcidos, mas com análise criteriosa para evitar "má fé". (Foto: Edu Andrade/Ministério da Fazenda)

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A ministra Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, confirmou que o governo usará dinheiro público para ressarcir os aposentados e pensionistas que foram vítimas do esquema bilionário de fraudes no INSS. A confirmação veio horas depois do ministro Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU), também afirmar essa possibilidade.

Mais cedo, Messias disse que o governo poderia complementar o ressarcimento além do que for levantado da apreensão de bens dos envolvidos no esquema, como as entidades que faziam os descontos associativos irregulares e seus dirigentes.

“Todos serão ressarcidos. A única coisa que temos que ponderar: o dinheiro que vai ressarcir não é só fruto da apreensão de bens, porque pode ser insuficiente. Se precisar que a União complemente, nós iremos complementar, mas vamos complementar com dinheiro público”, disse nesta quinta (8) após um evento na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.

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Simone Tebet lembrou que o governo está na fase de apuração de quantos beneficiários do INSS foram realmente lesados pela fraude, que pode chegar a 9 milhões de pessoas em uma análise preliminar. Eles serão notificados na semana que vem a confirmarem se autorizaram os descontos ou não.

“Nós estamos na segunda fase, que é [identificar] quantos são e quem são [os prejudicados]. Nós estamos abrindo um prazo para que essas pessoas venham e digam: ‘Eu não assinei nada, eu estou sendo lesada’. A partir daí, já na semana que vem, entramos nós, da equipe do Orçamento e da Fazenda”, completou.

A ministra é integrante da chamada Junta de Execução Orçamentária (JEO), responsável pela execução do orçamento da União, que é de onde sairão os recursos para ressarcir os aposentados e pensionistas vítimas do esquema que pode ter desviado R$ 6 bilhões em descontos associativos irregulares.

Apesar da expectativa de se ter 9 milhões de lesados, Simone Tebet pontuou que a análise será criteriosa para evitar o pagamento a pessoas que agirem de “má-fé”.

“Temos que ter a responsabilidade de restituir só para quem deve, porque muita gente pode esquecer que assinou, ou alguém de má-fé – e sei que serão poucos – dizer que não assinou e que quer a restituição”, disse.

O plano de ressarcimento foi apresentado nesta quinta (8) e prevê que a vítima da fraude será avisada pelo INSS e terá de apenas confirmar se teve os descontos ou não. A partir disso, todos os trâmites burocráticos se darão entre o órgão e as entidades em um prazo de 30 dias úteis.

As associações que não fizerem o pagamento e não confirmarem a adesão dos beneficiários – se estima em 12 entidades, neste momento – serão alvos de ações judiciais por parte da AGU. O ressarcimento será feito à vítima com recursos da União, que posteriormente irá atrás das entidades para recompor o orçamento.

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