Atlético aposta na "paixão"
Diante da queda de renda e de público do Brasileiro, o Atlético corre o risco de seguir a mesma rota com o fechamento da Arena em 2011. Porém o presidente rubro-negro, Marcos Malucelli, afirmou não ter medo de ver o Furacão no prejuízo.
"Já temi, hoje não temo mais. Por esse valor de R$ 70, não é possível que um atleticano de coração não ajude. É quase o preço do ingresso de um jogo. Cobramos R$ 60 hoje e possivelmente cobraremos mais caro adiante. E é fundamental que o time esteja ganhando, aí não há debandada", argumentou .
O pensamento é o mesmo de Somoggi. "A sorte do Atlético é que ele tem a contribuição dos associados. Mesmo que mude de estádio, deve conseguir levar os sócios. Se trabalhar bem isso, tende a sofrer menos", disse o consultor, novamente citando a importância do marketing.
Mesmo que o clube não perca em arrecadação, é provável que a média de público caia em 2011, já que nem todos os sócios irão à Vila Capanema ou ao Couto Pereira, mesmo que estejam pagando em dia.
Os efeitos da Copa de 2014 já começaram a ser sentidos pelos clubes brasileiros no último Campeonato Nacional.
Com o fechamento do Mineirão e do Maracanã para as reformas visando ao Mundial, o total de arrecadação com bilheteria no torneio de 2010 caiu pela primeira vez em quatro anos ligando o sinal amarelo para o Atlético, que terá de sair da Arena em 2011.
De acordo com levantamento feito pela consultoria Crowe Horwath RCS, o somatório da renda conseguida pelos clubes nacionais com a venda de ingressos no último campeonato foi cerca de 10% menor do que em 2009.
Já o público presente nos estádios diminuiu quase 17%, o que indica, segundo o diretor de esportes da empresa, Amir Somoggi, que os fãs estão pagando mais para verem os seus times do coração.
"O que se percebe é que a queda de público é bem maior do que a queda de renda, comprovando que o custo do ingresso continua subindo. Isso ajuda alguns clubes a não terem tanta variação na renda em relação ao público", explicou o consultor.
Para Sommoggi, além dos fechamentos do Maracanã e do Mineirão, a péssima campanha do então campeão brasileiro foi um outro fator que também influenciou bastante para a queda apresentada em 2010. "No ano passado, o Flamengo estava muito bem e este ano caiu. Isso acabou afetando de forma bastante contundente", acredita.
O clube carioca despencou de uma arrecadação de R$ 14,5 milhões em 2009 para R$ 7,3 milhões na última temporada.
Como a Copa que será no Brasil está cada vez mais próxima, há uma expectativa de uma queda ainda maior em 2011, com o fechamento de estádios como o Castelão, em Fortaleza, e a Arena.
Mesmo garantindo que não sairá do local durante a reforma, o Internacional também deve engrossar a queda de público, já que terá a capacidade do Beira-Rio diminuída enquanto as reformas para o Mundial estiverem ocorrendo.
Porém Sommoggi diz acreditar que não haverá um novo balanço negativo no próximo ano, porque os times brasileiros já estariam se movimentando para evitá-lo.
"Se os clubes conseguirem incrementar as suas ações de marketing, mesmo com as limitações de espaços, no total podem reverter o quadro de queda, sim. Tem muito espaço disponível nos estádios, [a queda] não é só por causa da Copa. Um esforço de marketing pode aumentar o público e aumentar a receita", aposta o consultor.
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