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Vista interna do estádio gremista: apesar do alto custo por causa do contrato com a OAS, valor dos ingressos é acessível para o torcedor | Daniel Castellano, enviado especial/Gazeta do Povo
Vista interna do estádio gremista: apesar do alto custo por causa do contrato com a OAS, valor dos ingressos é acessível para o torcedor| Foto: Daniel Castellano, enviado especial/Gazeta do Povo

Palco de uma das semifinais da Copa do Brasil hoje, entre Atlético e Grêmio, às 21h50, a Arena do time gaúcho virou símbolo de uma vitória pessoal, fora de campo, para o presidente do Furacão, Mario Celso Petraglia.

O estádio que receberá o duelo entre tricolores e rubro-negros foi entregue em dezembro do ano passado pela construtora OAS ao custo de R$ 450 milhões. De lá para cá, contudo, a moderna e imponente praça esportiva de Porto Alegre, que marcou o início da era dos superestádios no país da Copa do Mundo de 2014, tornou-se uma enorme dor de cabeça para o Imortal – e motivo de gargalhadas para o dirigente atleticano.

O modelo de gestão da Arena gaúcha, que garante à construtora 35% da renda por 20 anos, foi altamente combatido por Petraglia no caso da Arena da Baixada, construída pelo próprio clube e que será gerida por uma empresa especializada (AEG Facilities) com contrato de dez anos – as propostas de OAS e Triunfo foram rejeitadas.

O presidente gremista Fábio Koff, que "herdou" o estádio da gestão anterior, hoje se vê atado a um contrato ruim e com escassas fontes de receita, já que o altamente valorizado terreno do Estádio Olímpico ficou nas mãos da empreiteira no negócio. "O Grêmio tem de pedir licença para treinar e paga para jogar. O São Paulo estava ameaçado de rebaixamento, como conseguiu lotar os estádios? Baixando o valor dos ingressos", reclamou Koff, em entrevista à Rádio Gaúcha, há duas semanas.

O Grêmio não tem esse poder de barganha, reclama o cartola. Na época em que o contrato foi feito, ficou acordado que uma empresa seria criada para gerenciar o estádio, inclusive em dias de jogos. Desta forma, os preços dos bilhetes foram previamente estabelecidos, sem possibilidade de diminuição ou aumento do preço de acordo com a ocasião. E, além disso, mais de um terço do bolo fica com a OAS.

"É um negócio irreversível. A negociação não é a última. No curso de um contrato de 20 anos, teremos outras. O modelo do contrato é perverso. Estamos convivendo com essa dificuldade. Estamos pagando um preço muito grande para proporcionar aos que vierem depois, um contrato menos oneroso para o Grêmio e com preços acessíveis ao torcedor", resumiu o mandatário gremista.

Mesmo com tantos lados negativos, hoje a expectativa é de lotação máxima na Arena do Grêmio, que no Campeonato Brasileiro recebe 20 mil espectadores por partida em média. A importância do confronto, que pode aproximar o Grêmio de um título nacional de expressão após 12 anos (desconsiderando a Série B de 2005), é o principal motivo.

O preço acessível – R$ 40 no setor mais barato, com o sócio desembolsando a metade do valor – é outro. Ao contrário, o Furacão cobra três vezes mais para o torcedor ocasional assistir aos jogos do time na Vila Capanema, alugada pelo rival Paraná enquanto a Baixada segue em reformas para abrigar o Mundial da Fifa. Do jeito que Petraglia sonhou.

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