• Carregando...
O técnico Renato Gaúcho quebra a cabeça para resolver o problema da falta de gols do ataque gremista | Daniel Castellano, enviado especial/Gazeta do Povo
O técnico Renato Gaúcho quebra a cabeça para resolver o problema da falta de gols do ataque gremista| Foto: Daniel Castellano, enviado especial/Gazeta do Povo

Adversário

"Temos 90 minutos para fazer apenas um gol", pede Renato Gaúcho

Pressionado por parte da torcida pelos fracos resultados recentes, o técnico Renato Gaúcho jogou para as arquibancadas da Arena do Grêmio a responsabilidade de empurrar a equipe à sua oitava final de Copa do Brasil. Tetracampeão, o Tricolor precisa vencer o Atlético por dois gols de diferença hoje para garantir a vaga sem depender dos pênaltis.

"Não quero nem que o torcedor sente", pediu Renato, com seu característico sotaque. "É para ficar em pé, apoiando. É o jogo mais importante do ano. Mais do que nunca essa resposta positiva será valiosa para os jogadores", completou, em entrevista coletiva após comandar treino fechado no palco da semifinal.

O apelo, corroborado pela diretoria gaúcha desde a semana passada, deu certo. Até o fim do dia de ontem, apenas quatro mil dos 55 mil ingressos do estádio ainda estavam à venda. Os fãs do Furacão, porém, haviam comprado somente cerca de 400 entradas.

Para o jogo em si, Renato, que passou pelo Atlético em 2011, não deve apresentar novidades na escalação. Mesmo assim, chegou ao absurdo de pedir para o ônibus do clube ser mudado de lugar para tapar uma pequena brecha da zona mista por onde os jornalistas, de fora do estádio, poderiam ver um pedaço do gramado.

Apesar de manter o sistema com três atacantes (Barcos, Kleber e Vargas), o gremista só pede uma bola na rede. "Sabemos que só precisamos fazer um gol. E temos 90 minutos para isso", afirmou o técnico, insatisfeito com, segundo ele, a cobrança injusta do torcedor "mal acostumado" com triunfos. "Se Deus não agrada a todos, por que o Renato iria?", fechou.

Fernando Rudnick

Para um time que não vence há cinco jogos e não marca gols há quatro, a previsão do atacante gremista Kleber para hoje é, no mínimo, otimista. Com a obrigação de balançar as redes com ao menos dois gols de diferença para reverter a vantagem do Atlético, o jogador espera ver o time gaúcho alterar rápido o placar em Porto Alegre para tentar desestabilizar o Rubro-Negro.

"Se fizer um gol logo de cara, maravilhoso. O Atlético vai sentir o baque", afirmou, após o jogo de domingo, o Gladiador, que está devendo tanto quanto o restante do valioso ataque gremista. São 412 minutos sem gols, que contribuíram para a maior série sem vitórias da equipe comandada por Renato Gaúcho.

Além disso, o péssimo retrospecto do Grêmio não corrobora a expectativa de Kleber. O último gol marcado antes dos 15 minutos saiu no triunfo sobre o Flamengo por 1 a 0, com Pará, aos 7 minutos, no dia 24 de agosto. A última vitória foi comemorada no dia 16 de outubro, sobre o Corinthians.

No duelo contra o Bahia, domingo, foram 23 finalizações, 11 chances de gols e 45 bolas alçadas na área e nada de bola na rede. Barcos tentou ao menos três vezes, em vão, aumentando o seu jejum no clube. O atacante não marca desde o gol de pênalti contra o Náutico, há 14 jogos.

Até agora são 13 gols e 8 assistências em 44 partidas, média de 0,27 gol por jogo. Muito pouco para quem prometeu 28 gols em 2013. É o pior período de Barcos nos últimos anos. O argentino está na lista dos jogadores mais valiosos do Campeonato Brasileiro, de acordo com a Pluri Consultoria. Em 25.º e último lugar na relação divulgada em maio, ele valeria R$ 14,8 milhões.

Outro atleta tricolor na concorrida lista é Vargas, avaliado em R$ 30,9 milhões. Principal contratação da temporada, o jogador não empolga. Fez 32 jogos pelo Grêmio e marcou apenas oito vezes, sem repetir o sucesso apresentado na seleção chilena, onde soma oito partidas no ano e oito gols – os dois últimos marcados diante da Espanha.

"Barcos, faz um tempão, tropeça na bola, não marca gols e se transformou em uma figura de pouco sentido no time. Kleber está sendo o que sempre foi: cavador de faltas e encrencas. Também faz poucos gols. E Vargas, em jogos de inspiração, resolve todos os problemas ofensivos do Grêmio. Mas esses são momentos raros, sempre interrompidos por expulsões, convocações etc.", definiu Wianey Carlet, colunista do jornal Zero Hora.

"O fato de eu não fazer gols não me incomoda. Minha função tem sido muito diferente. No último jogo eu dei três boas assistências. É como eu disse. Eu e o Vargas temos feito a função de deixar a bola chegar no Barcos. Ele é o último jogador. Infelizmente a bola não entrou no último jogo. Nosso esquema é mais fechado, temos tentado ajudar o Barcos", disse Kleber, ao site UOL, sobre o mutirão para tentar fazer o Grêmio desencantar hoje.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]