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A polícia britânica trabalha contra o tempo para evitar um novo ataque, depois de três atentados frustrados relacionados entre si em dois dias, que levaram as autoridades a elevar o grau de alerta terrorista ao nível máximo.

As investigações, que seguem a pista da Al-Qaeda, estão dando frutos.

"A investigação sobre estes ataques avança de modo extremamente rápido", disse à imprensa o chefe do departamento antiterrorista da Scotland Yard, Peter Clarke.

Até o momento, a polícia prendeu cinco pessoas e realizou a explosão controlada de um carro suspeito no estacionamento do hospital Royal Alexandria em Paisley, onde está internado um dos autores da tentativa de atentado de sábado em Glasgow, cujo aeroporto foi invadido por um carro em chamas.

O automóvel estacionado no hospital está relacionado com o ataque de Glasgow, anunciou um porta-voz da polícia, que no entanto afirmou que não existem indícios da existência de explosivos dentro do veículo.

Um dos homens que estava dentro do veículo, que apresenta queimaduras graves e que segundo várias testemunhas havia se molhado com gasolina, está hospitalizado em estado crítico no Royal Alexandria.

"Como medida de precaução, se estabeleceu um cordão de isolamento para garantir a segurança do público e foi realizada uma explosão controlada", explicou o porta-voz.

Como conseqüência não podem ser admitidos pacientes no serviço de emergência do hospital, mas as demais unidades funcionam normalmente.

O hospital Royal Alexandria foi evacuado parcialmente no sábado após o anúncio de que havia sido encontrado um "artefato explosivo" preso ao corpo do suspeito.

Neste domingo, a polícia de Strathclyde desmentiu que se tratasse de um cinturão de explosivos.

Os dois homens avançaram com um carro em direção aos portões do principal terminal do aeroporto, o que provocou um incêndio. Em seguida foram presos pela polícia.

Esta área do aeroporto foi parcialmente reaberto neste domingo.

No interior do veículo foram encontrados botijões de gás. A polícia se negou a confirmar a presença de pregos, mencionada por alguns meios de comunicação.

Segundo o chefe de Governo escocês, Alex Salmond, nenhum dos dois homens já havia morado na Escócia.

Várias testemunhas afirmaram que os dois homens presos tinham aparência indo-paquistanesa e uma delas afirmou que o motorista foi preso aos gritos de "Alá, Alá".

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, que assumiu o governo na quarta-feira passada, deu a entender que as três tentativas de atentado têm a assinatura da Al-Qaeda, rede terrorista que nunca havia recorrida a este tipo de ações na Europa.

"Está claro que de forma geral estão ligadas a pessoas associadas à Al-Qaeda", declarou Brown à BBC.

"Nós não vamos ceder, nós não seremos intimidados", disse Brown.

"O terrorismo não pode nunca ser justificado como um ato de fé. É um ato diabólico em todos os casos", acrescentou.

A célula de crises governamental, Cobra (na sigla em inglês), voltou a se reunir neste domingo, pela quarta vez desde sexta-feira. A ministra do Interior, Jacqui Smith, aproveitou a oportunidade para recordar aos britânicos que permaneçam em alerta.

Como parte das investigações sobre o ataque de Glasgow e a descoberta na sexta-feira de dois carros-bomba em Londres, a polícia britânica já prendeu cinco pessoas e revistou casas em Liverpool (noroeste), assim como na cidade escocesa.

Além dos autores do ataque ao aeropuerto, um homem de 26 anos e uma mulher de 27 foram detidos no sábado à noite em Cheshire (noroeste). A polícia suspeita que tenham vínculos com os três atentados frustrados.

A quinta pessoa, um homem de 26 anos, foi presa em Liverpool na sexta-feira à noite.

Smith se negou a confirmar se as duas pessoas presas em Cheshire seriam os motoristas dos Mercedes repletos de explosivos encontrados na sexta-feira perto de Piccadilly Circus, em Londres, uma informação divulgada pela televisão Sky News.

No interior dos carros, a polícia encontrou dezenas de litros de gasolina, botijões de gás e pregos.

As tentativas de atentado em Londres não provocarma vítimas e o de Glasgow, com exceção do motorista do jipe, feriu uma pessoa sem gravidade.

O novo conselheiro do governo para a área de antiterrorismo, Lord Stevens, denunciou neste domingo uma "importante escalada na guerra colocada em prática contra nós pelo terrorismo islâmico".

"A Al-Qaeda importou as táticas de Bagdá e Bali para as ruas do Reino Unido. Os terroristas desta semana utilizam a mesma tecnologia, as mesmas técnicas de fabricação de bombas, o mesmo modo operacional que seus companheiros de armas na capital iraquiana ou na ilha indonésia", afirmou Lord Stevens ao jornal News of the World.

Como conseqüência dos três atentados frustrados, as autoridades elevaram o alerta terrorista ao nível "crítico", o que, segundo o ministério do Interior, pressupõe a possibilidade de um atentado "iminente".

França e Estados Unidos também reforçaram as medidas de segurança.

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