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Vladimir Putin em 1966, 1980 e atualmente
Vladimir Putin em 1966, 1980 e atualmente| Foto: Arquivos Russos/Avalon/Fotos Públicas

Líder da Rússia durante 23 anos, o atual ocupante do Kremlin, Vladimir Putin, sempre foi uma figura um tanto nebulosa, seja pela rápida ascensão ao poder ou pela discrição que dispensa a sua vida pessoal. Após iniciar o confronto contra a Ucrânia no último dia 24 de fevereiro, porém, se tornou o centro das atenções do mundo inteiro. Com isso, especulações a respeito de traumas vividos em sua infância, de atitudes tomadas em seus anos de poder e também de seu estado de saúde atual tentam explicar suas ações. Mas o que se sabe a respeito da vida do presidente russo? Confira na linha do tempo abaixo:

1952 - Nascimento
Vladimir Vladimirovich Putin nasceu em Leningrado (atual São Petersburgo) no dia 7 de outubro. Seu pai Vladimir Spiridonovitch Putin lutou na Segunda Guerra Mundial, enquanto a mãe Maria Ivanovna Shelomova permaneceu em casa e quase morreu de fome durante o cerco à cidade de Leningrado entre setembro de 1941 e janeiro de 1944. Acredita-se que o casal tenha tido outros dois filhos mais velhos, que morreram antes de Putin nascer.

1963 - Sambo
Fã de filmes soviéticos de espionagem e sonhando em trabalhar nos órgãos de defesa nacional, Vladimir Putin começa a praticar sambo, uma arte marcial desenvolvida pela União Soviética que combinava judô, boxe e luta livre.

1968 - Faculdade de Direito
Aos 13 anos, manifesta o desejo de ingressar na KGB, o famoso serviço de inteligência da União Soviética, então é aconselhado a cursar Direito e a continuar praticando lutas.

1970 - Faixa-preta
Putin inicia o curso de Direito e conquista a faixa preta em artes marciais.

1975 - Entrada na KGB
Se forma em Direito na Universidade Estadual de Leningrado e entra no Serviço de Inteligência Estrangeira da KGB.

1983 - Casamento
Em 28 de julho, Putin se casa com a comissária de bordo Lyudmila Shkrebneva, especialista em línguas estrangeiras. Devido ao serviço secreto que desempenhava, sua vida privada sempre foi muito reservada.

1985 - Primeira filha
Nasce sua filha mais velha, Maria Vorontsova. Usando um nome falso, ela teria tido uma infância e juventude comuns. Estudou Biologia e Medicina, e atualmente trabalha como médica endocrinologista e investigadora.

1986 - Caçula
Nasce sua filha caçula, Ekaterina Putina. Usando o nome da avó, Katerina Tikhonov, a moça se tornou bailarina e se licenciou em Estudos Asiáticos.

1990 - Início da carreira política
Após 15 anos no serviço secreto, Putin se aposenta da KGB como tenente-coronel e passa a atuar como pró-reitor da Universidade Estadual de Leningrado e conselheiro do prefeito da cidade.

1991 - Relações exteriores
Ele se torna presidente do comitê de relações exteriores do gabinete do prefeito de São Petersburgo.

1994 - Vice-prefeito
Quatro anos depois de deixar a KGB, Vladimir Putin é nomeado vice-prefeito de São Petersburgo.

1996 - Mudança pra Moscou
Ele se muda para Moscou e começa a trabalhar na equipe do então presidente da Rússia, Boris Iéltsin.

1998 - Diretor da FSB
É nomeado pelo presidente russo como diretor do Serviço de Segurança Federal (FSB), agência sucessora da KGB.

1999 - Primeiro-ministro
É nomeado primeiro-ministro em agosto e envia forças russas para uma operação antiterrorista na Chechênia, recebendo apoio popular. No dia 31 de dezembro, Boris Iéltsin renuncia inesperadamente à presidência e torna Vladimir Putin o presidente interino até as eleições.

2000 - Finalmente a presidência
Em março, ele é eleito presidente com 53% dos votos e promete “uma Rússia forte”. Em junho, assina acordo de controle de armas com o presidente dos EUA, Bill Clinton. No mês de julho, se reúne com o presidente chinês Jiang Zemin para assinar uma declaração conjunta contra os planos dos EUA de construir escudos antimísseis na América do Norte e Ásia. Já em dezembro, se encontra com Fidel Castro, em Cuba.

2001 - Controle da mídia
O governo da Rússia assume a estação russa de televisão NTV e fecha outros meios de comunicação independentes. Em setembro, o país se compromete a ajudar na campanha antiterrorismo dos EUA após os ataques de 11 de setembro.

2002 - Contra os EUA
Putin se junta ao chanceler alemão Gerhard Schröder e ao presidente francês Jacques Chirac para se opor aos planos dos EUA de usar a força para derrubar o governo de Saddam Hussein no Iraque .

2004 - Reeleição
Vladimir Putin é reeleito como presidente da Rússia com mais de 70% dos votos.

2008 - Novamente primeiro-ministro
Como a constituição não permitia que um presidente permanecesse por mais de dois mandatos, ele escolhe Dmitri Medvedev como seu sucessor. Seu candidato vence as eleições e nomeia Putin como primeiro-ministro horas depois de assumir o cargo, em 7 de maio.

2012 - Volta à presidência
Putin é eleito pela terceira vez como presidente da Rússia após um forte movimento de oposição. Ele nomeia Medvedev como primeiro-ministro.

2013 - Divórcio
Vladimir Putin se divorcia de Lyudmila Shkrebneva após 30 anos de matrimônio. No mesmo ano, comemora o 20º aniversário da adoção da constituição pós-soviética e ordena a libertação de cerca de 25.000 indivíduos das prisões russas.

2014 - Anexação da Crimeia
Putin envia tropas para a Ucrânia depois de o presidente ucraniano Viktor Yanukovych ser derrubado e fugir para a Rússia. Moscou anexa a península ucraniana da Crimeia, mas a comunidade internacional não reconhece essa anexação. Surgem movimentos separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia e Putin é acusado de apoiar os rebeldes. Ele nega.

2015 - Entrada na Síria
O presidente russo se reúne com líderes mundiais em Minsk para assinar um acordo de paz que encerraria os combates na Ucrânia. No entanto, os conflitos são retomados. Nesse mesmo ano, um inquérito britânico liga Putin ao assassinato do ex-oficial da FSB Alexandre Litvinenko, que se manifestou contra o governo e foi envenenado. Já no fim de 2015, a Rússia entra na guerra na Síria em apoio às forças do presidente Bashar al-Assad.

2016 - Interferência hacker
Especialistas em segurança de computadores norte-americanos vinculam serviços de inteligência russos aos ataques de hackers que atingiram a candidata presidencial pelo Partido Democrata dos EUA, Hillary Clinton, e também o vazamento de milhares de e-mails privados publicados pelo WikiLeaks. Agências de inteligência dos EUA concluem que Putin estaria envolvido, mas o presidente Donald Trump rejeita essas conclusões e promete melhorar os laços com Moscou.

2018 - Quarto mandato
Autoridades britânicas acusam Putin de ordenar o ataque ao ex-oficial de inteligência russo Sergei Skripal, condenado por espionagem. Ele foi encontrado inconsciente com sua filha em Salisbury, na Inglaterra, e teria sido exposto a uma substância neurotóxica desenvolvida pelos soviéticos. O caso repercutiu duas semanas antes das eleições, mas não evitou que Putin conquistasse seu quarto mandato. Segundo a agência Golos, que monitora eleições na Rússia, a votação foi repleta de irregularidades.

2020 - Envenenamento
Em janeiro, Putin anuncia sua intenção de mudar a constituição russa para eliminar o limite de mandatos para presidentes. Seu primeiro-ministro Medvedev renuncia ao cargo. As mudanças constitucionais são aprovadas e um referendo nacional é realizado para confirmar a decisão. Em agosto, outro crítico de Putin – Alexei Navalny - é envenenado com Novichok, mas o Kremlin nega envolvimento. No mesmo ano, a imprensa britânica noticia que Vladimir Putin teria realizado uma cirurgia para tratar um câncer no abdômen e que o líder russo sofria com a doença de Parkinson. O Kremlin também negou as informações e afirmou que o presidente está bem de saúde.

2021 - Deslocamento do exército
Em setembro, membros de sua comitiva são infectados pela Covid-19, Putin realiza período de isolamento e sofre um ataque de tosse durante uma reunião com autoridades. Não não foi confirmado se ele testou positivo para a doença. No fim do ano, o presidente russo ordena deslocamento do seu exército para a fronteira ucraniana e envia unidades adicionais para Belarus, negando que teria planos de invadir o país.

2022 - Invasão da Ucrânia
Em 21 de fevereiro, Putin reconhece a independência das regiões ucranianas de Donetsk y Lugansk, anulando o acordo de paz de Minsk, de 2015. Três dias depois, em 24 de fevereiro, inicia uma “operação militar especial” na Ucrânia com bombardeios ao redor de Kiev. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirma que o país se defenderá e, nos dias seguintes, líderes ocidentais iniciam um pacote de fortes sanções econômicas contra a Rússia. Jornais britânicos sugerem que Putin esteja sofrendo com a síndrome de arrogância desencadeada pelo longo período de isolamento durante a pandemia de Covid-19. Segundo especialistas, esse quadro causaria mudanças no lobo frontal do cérebro e reduziria a capacidade de avaliar riscos. Agências de inteligência norte-americana têm avaliado a saúde do líder russo, mas nada foi confirmado.

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