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A brasileira Yvelise Verney diz que os atos de violência são localizados em Atenas | Arquivo pessoal
A brasileira Yvelise Verney diz que os atos de violência são localizados em Atenas| Foto: Arquivo pessoal

Os protestos violentos que se repetiram nesta sexta-feira (12) na Grécia, pelo sétimo dia, não contam com apoio da população, segundo a brasileira Yvelise Verney, de 48 anos, que mora em Atenas há cinco anos. A médica de Porto Alegre disse por telefone ao site do Globo que atos de vandalismo são praticados pelos chamados "mascarados", e não por jovens que protestam em repúdio à morte do estudante Alexandros Grigoropoulos, de 15 anos, baleado por um policial no último sábado.

"A população não apóia. Ontem (quinta) houve alguns ataques em bairros da cidade, perto de delegacias, mas o povo começou a sair de casa, berrar e mandá-los embora. Estão sem paciência com estes vândalos", contou a brasileira.

Casada com um grego, Yvelise disse que desde que chegou à Atenas nunca tinha presenciado protestos como os desta semana, em que carros foram incendiados e centenas de lojas foram destruídas, provocando prejuízos de até 200 milhões de euros, segundo Confederação Nacional do Comércio. A médica, que se mudou para a Grécia depois de conhecer seu marido na França, minimizou, no entanto, as conseqüências das manifestações.

"Esse dia em que disseram que não tinha transporte, que estava um caos, os ônibus estavam circulando. E o cancelamento dos vôos era coisa sabida com antecedência", disse sobre o dia em que o país por causa de uma greve geral.

Ela diz que os atos de violência são localizados, e no bairro onde mora, a 20 minutos do centro, não houve qualquer sinal de vandalismo.

"Quando comecei a ler as notícias internacionais, vi imagens de coisas que a gente não viveu. Não é bem assim", afirmou.

Nesta sexta-feira, manifestantes voltaram a enfrentar a polícia e atacar o Congresso grego em Atenas. Segundo a brasileira, muitos gregos acreditam que o partido Coalizão de Esquerdas (SYN, na sigla em grego) está por trás das ações. Seria uma tentativa de aproveitar a crise econômica para pressionar o governo grego.

"Os problemas sociais são o estopim da insatisfação", avaliou Yvelise, lembrando que escândalos de corrupção e as reformas que a Grécia foi obrigada a fazer após a entrada na União Européia aumentam as críticas ao governo.

A brasileira ressalta, entretanto, que, apesar da freqüência dos protestos contra o governo nos últimos três anos, Atenas é uma cidade tranqüila.

"Aqui não tem roubo, não tem essa violência explícita que tem no Brasil. A gente não vê isso aqui", salientou.

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