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Resultado

Roubar um beijo de alguém: 33%

Estourar o limite do cartão de crédito: 32%

Dizer aquilo que seu chefe merece ouvir: 11%

Comer tudo o que sempre quis mas diziam que fazia mal: 10%

Abraçar um desconhecido no elevador: 5%

Dançar da Macarena ao Gangnam Style: 5%

Terminar de ler aquele livro que está na cabeceira: 2%

Supondo que o fim do mundo realmente acontecesse neste dia 21/12/2012, entre o pânico e o caos, haveria também um momento para as demonstrações de carinho e afeto. Seria assim pelo menos entre a maioria dos leitores da Gazeta do Povo que responderam à enquete sobre o que fariam em seus últimos instantes na Terra. Roubar o beijo de alguém foi a opção mais lembrada entre os 257 votantes. Foram 86 pessoas, ou 33% do total, que escolheriam terminar seus dias nos braços de alguém, absortos das catástrofes que estivessem acontecendo à sua volta.

Entretanto, para as operadoras de cartão de crédito o fim não seria assim tão romântico. Com 32% dos votos, estourar o limite do cartão foi a segunda opção entre os leitores caso o mundo vivesse seus instantes finais. Já aquele livro parado na cabeceira da cama talvez nunca mais fosse terminado mesmo, já que apenas seis pessoas colocaram a leitura como prioridade nos seus últimos momentos de vida.

Para a psicóloga clínica Cristiane Verbiski de Andrade, o resultado da enquete mostra que as pessoas têm consciência de que suas relações e os sentimentos ficam de lado em meio à rotina, mas que são fundamentais. "Quando o fim se aproxima, seja porque o mundo vai acabar ou porque a morte bate à porta, a primeira coisa que vem à cabeça das pessoas é a necessidade de resgatar os sentimentos, as emoções." Ela explica que essas manifestações de carinho, em que há a troca, recebem uma importância muito maior quando o ser humano entende que a vida é finita.

Com relação às outras opções, a psicóloga destaca que é possível perceber um desejo das pessoas em romper com aquilo que lhe causou algum mal ou desconforto. "Com o cartão de crédito é uma manifestação de revolta mesmo, de raiva. Não é simplesmente comprar, é estourar o limite, é jogar para o alto algo que já incomodou tantas vezes."

A sensação de que não haverá mais cobranças, perdas ou repreensões pode ser a razão para que as pessoas escolham dizer o que o chefe merece ouvir, comer aquilo que pode fazer mal ou abraçar um desconhecido, afirma Cristiane. "É a mesma coisa com a dança: se soltar, ter leveza e liberdade. Liberar uma angústia acumulada ao longo dos dias, sem ser criticado, cobrado, punido, repreendido", fala. Já o livro não lido representa o inacabado, e como muitas coisas ainda ficariam por fazer, não terminar o livro seria apenas mais uma delas, explica a psicóloga.

Reflexão

Além de uma proposta divertida, a pergunta da enquete desta semana se torna um convite à reflexão sobre o que deixamos de fazer mas que é importante em nossas vidas. Cristiane diz que normalmente o ser humano não consegue olhar para a finitude da vida.

"Na natureza nos achamos eternos, até que a morte esteja próxima. Então é importante fazer essa reflexão, principalmente com o tudo que está ligado à emoção. Amanhã o assunto do fim do mundo acaba e ninguém mais vai pensar no que está faltando para resgatarmos essas emoções. Mas a todo momento elas são importantes."

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