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Vista da barragem da usina de Itaipu.
Vista da barragem da usina de Itaipu.| Foto: Alexandre Marchetti / Itaipu Binacional

O Brasil precisa aumentar o monitoramento de dados e a fiscalização de barragens para trazer mais segurança à população que vive próxima a essas estruturas e garantir a preservação do meio ambiente. Essa é a avaliação da professora coordenadora do curso de especialização em Segurança de Barragens da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Yvonilde Medeiros.

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A professora, doutora em Hidrologia pela Universidade de Newcastle, no Reino Unido, é uma das palestrantes do XXIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, que se encerra nesta quinta-feira (28), em Foz do Iguaçu, oeste do Paraná. O evento reúne especialistas do Brasil e do exterior para discutir preservação e gestão das águas no país.

Medeiros estuda a questão das barragens há mais de 30 anos. Para ela, há necessidade de mais transparência, especialmente dentro de instituições públicas que devem fiscalizar as estruturas. “As informações não são abertas para avaliação da sociedade. Falta avaliação técnica. E essa falta de informação pode levar a análises não verdadeiras”, afirma.

A pesquisadora defende que o Brasil é referência mundial em barragens e que o país teve grande desenvolvimento no setor principalmente pela grande disponibilidade hídrica. No entanto, pontua a pesquisadora, falta gente capacitada para trabalhar na área. “Precisamos de instituições bem estruturadas, com dados que possam fornecer informações sobre reservatórios, por exemplo, consumo de água, preservação da biodiversidade. Isso hoje é muito precário”.

Segundo Medeiros, o Brasil agora precisa batalhar para recuperar a confiança nacional e internacional. Os desastres recentes – da mineradora Samarco (2015), em Mariana, e da mineradora Vale (2019), em Brumadinho – ambas em Minas Gerais -, causaram impacto muito negativo no setor de mineração.

Apesar disso, ela avalia que as perdas humanas e os prejuízos econômicos trouxeram uma nova mentalidade a profissionais da área. “A procura por mais informação sobre a questão das barragens aumentou, especialmente com relação à segurança. Esse é um aspecto positivo”, pondera.

Em 2017, foi criada no Brasil a Agência Nacional de Mineração, vinculada ao Ministério de Minas e Energia. A finalidade da autarquia é planejar a exploração mineral e aproveitamento de recursos, além de dar segurança às atividades de mineração, conforme estabelecem o Código de Mineração, o Código de Águas Minerais e legislações complementares.

O curso de especialização que é oferecido pela UFBA conta com parceria do Parque Tecnológico de Itaipu (PTI). Aulas práticas são realizadas em Foz do Iguaçu. O curso tem duração de 1 ano e seis meses e, atualmente, está formando a 3ª turma.

O XXIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos começou no último dia 24 e segue até o dia 28 (quinta). Mais informações estão no site do evento.

Conteúdo editado por:Carlos Coelho
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