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Leito de enfermaria para tratamento de Covid-19 no Paraná.
Leito de enfermaria para tratamento de Covid-19 no Paraná.| Foto: Geraldo Bubniak/AEN

O Paraná vai dobrar a quantidade de leitos de enfermaria para tratamento de síndromes respiratórias diante da explosão de casos de Covid-19 e de gripe causada pelo vírus H3N2 neste início de 2022. O plano da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) é elevar de 500 para mil o número de vagas clínicas nos hospitais de todo o estado nos próximos dez dias. "Há possibilidade também de reforçarmos os leitos de UTI para síndromes respiratórias caso o quadro siga piorando", confirmou o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, em entrevista à Gazeta do Povo.

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A transmissão de Covid-19 neste início de ano é a mais acelerada no Paraná desde o começo da pandemia há quase dois anos, resultado da ação da variante ômicron, mais transmissível e que já representa 85% das infecções no estado. Nos dias 13 e 14 de janeiro, a taxa R, que mede a velocidade de contágio do coronavírus, chegou ao pico de 1,97 pela medição da Loft Science, plataforma que a Sesa se baseia para calcular o ritmo de contágio no estado.

Nesta sexta-feira (21), a taxa R está menor, mas ainda muito alta, em 1,78. Isso significa que cada 100 pessoas infectados pelo coronavírus no Paraná podem transmitir a Covid-19 para outras 178 pessoas. O ideal, apontam autoridades sanitárias, é que a taxa R fique abaixo de 1 por mais de duas semanas para que o contágio seja considerado controlado. Porém, desde 5 de janeiro o índice não fica abaixo de 1 no Paraná.

A marca mais alta até então havia sido 1,88 registrada entre os meses de março e abril de 2020, ainda no início da crise sanitária. Em 2021, o valor mais alto da taxa R foi de 1,58 em março.

O número de novas infecções só nos primeiros 20 dias de janeiro já ultrapassou em 26,6% dos casos registrados em todo o mês de janeiro de 2021. Até 20 de janeiro de 2022, o Paraná somou 166.029 novos contágios, contra 131.772 de todos os 31 dias do mesmo mês do ano passado.

Pressão nos hospitais

O resultado dessa aceleração do contágio mais uma vez se reflete nos hospitais. Mesmo com a média de mortes não seguindo o de contágio graças, segundo a Sesa, ao avanço da vacinação, que neste mesmo mês completou um ano, as internações voltaram a pressionar o sistema de saúde do estado.

Nos últimos 20 dias, tanto a ocupação de leitos Covid de enfermaria quanto de UTI mais do que dobrou no estado. Em 1.º de janeiro, eram 121 pacientes com Covid-19 internados em UTIs do SUS. Quinta-feira (20), esse número subiu para 322, aumento de 166,1%. Já nas enfermarias o aumento foi de 109%, aumentando de 152 internados com Covid no primeiro dia do ano para 318 no dia 20 de janeiro.

"Pela projeção, vamos continuar com esse número alto de casos por mais um período e muitos vão evoluir para internamento. Por outro lado, não teremos um número alto de mortes exatamente pela vacinação. Por isso reforçamos mais uma vez o pedido para que a população vá se vacinar, que complete todo o esquema de imunização", enfatiza Beto Preto.

Susto causa corrida pela primeira dose

Segundo o secretário de Saúde do Paraná, essa explosão de casos levou desde o início do ano 17 mil paranaenses que ainda não haviam se vacinado a tomar a primeira dose da imunização. "Talvez essa corrida tenha ocorrido pelo susto da nova variante, muito mais contagiosa. Mas o ideal é que todos se convençam realmente de que a vacina é a melhor arma para enfrentarmos a pandemia", enfatiza Beto Preto.

"A variante ômicron tem transmissão maior do que o sarampo, cujo vírus é um dos mais contagiosos de todos. Isso gerou uma mudança muito rápida e abrupta no cenário epidemiológico da Covid-19. E essa variante não é menos grave no organismo do que as outras. A questão é que agora estamos com a vacinação avançada", explica Beto Preto. O Paraná está com pouco mais de 70% de toda a população imunizada com duas doses ou a dose única da vacina da Janssen.

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