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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) prestou depoimento à Polícia Federal, em Brasília, nesta terça-feira (14).
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) prestou depoimento à Polícia Federal, em Brasília, nesta terça-feira (14).| Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) negou nesta terça-feira (14) que tenha contratado Walter Delgatti Neto, conhecido como o hacker da “vaza jato”, para inserir dados falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela prestou depoimento à Polícia Federal, em Brasília, por mais de uma hora. A parlamentar disse que Delgatti foi subcontratado por uma empresa que prestava serviços para ela para cuidar de seu site.

Em agosto, os dois foram alvos da Operação 3FA. A PF apura se a deputada pagou o hacker para inserir um mandado de prisão falso no sistema do CNJ contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Delgatti disse à PF que teria recebido R$ 40 mil de Zambelli para invadir “qualquer sistema do Judiciário”. A parlamentar nega qualquer irregularidade.

Após o depoimento desta tarde, Zambelli afirmou que, inicialmente, não sabia que Delgatti era o hacker que vazou as conversas do ex-juiz Sergio Moro e de procuradores da Lava Jato, informou o portal Metrópoles. “Quando eu conheci, não sabia que era hacker. Nem ligava ele com a pessoa que ele é, o Vermelho [apelido de Delgatti]”, disse a parlamentar a jornalistas.

Ela confirmou ainda que mediou um encontro entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o hacker, mas negou que tenha contratado Delgatti para invadir o sistema das urnas eletrônicas. "Nesse encontro, o presidente pergunta para ele se a urna era confiável, e ele diz que não. E ele disse naquela época que testes de integridade feitos no dia da eleição, com urnas aleatórias, seriam a melhor forma de verificar se a urna era confiável ou não", relatou.

"O presidente, ouvindo isso, pediu para que ele falasse com alguém do Ministério da Defesa para explicar como seria esse teste de integridade, e eu deixei esclarecido isso [no depoimento à PF]. Não houve mais nenhum encontro com Bolsonaro. Não houve mais nenhum telefonema intermediado por mim. Tudo isso que ele fala é mentira", acrescentou.

Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, o hacker afirmou que Bolsonaro pediu que ele assumisse a autoria de um suposto grampo ao celular de Moraes. Delgatti também acusou o ex-mandatário e Zambelli (PL-SP) de pedir para que ele forjasse a invasão de uma urna eletrônica. O ex-presidente apresentou uma queixa-crime contra Delgatti por suposta prática do crime de calúnia após o depoimento na CPMI.

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