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Gonçalves Dias, ex-ministro de Lula, prestou depoimento à CPI do MST
O general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI, presta depoimento à CPMI do 8 de janeiro nesta quinta-feira (31).| Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Marco Gonçalves Dias, reafirmou a sua defesa contra a acusação de omissão durante a invasão do Palácio do Planalto em 8 de janeiro, pela qual é investigado dentro do inquérito relacionado ao caso no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante a primeira parte do seu depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, nesta quinta-feira (31), ele admitiu ter errado, mas culpou a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), com sete comandantes presos, e os seus subordinados diretos no GSI pelas falhas que levaram aos atos de vandalismo.

Apoiado pelos aliados do governo na CPMI, que viram suas ações como ingênuas e não intencionais, Gonçalves Dias atribuiu a culpa aos generais Carlos José Russo Assumpção Penteado, Carlos Feitosa Rodrigues e Gustavo Henrique Dutra de Menezes. Penteado era o segundo no comando do GSI sob o general Augusto Heleno e permaneceu como secretário-executivo até 23 de janeiro. Feitosa liderava a Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial e foi exonerado na mesma data.

Gonçalves Dias, também conhecido como GDias, afirmou que estava há apenas uma semana no cargo no momento da invasão e ainda estava se acomodando fisicamente em sua sala no Palácio. Ele descartou que tenha sido demitido diretamente por Lula, mas "a pedido". A sua vinda à CPMI era um pedidos mais reiterados pela oposição. A tendência é do relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) apontá-lo como único agente federal omisso no caso.

O general, que era próximo e de plena confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o seu primeiro mandato, afirmou que seu maior erro foi não ter excluído os militares que haviam servido ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao formar as equipes ministeriais. Ele expressou que, ao revisitar os eventos de 8 de janeiro, teria adotado uma abordagem mais rigorosa e repressiva, admitindo que, dadas as circunstâncias, teria sido necessário usar força letal para conter a multidão.

Inação, diz general, visava evitar que "sangue fosse derramado"

Embora desejasse ter "agido de forma diferente", ele justificou o seu comportamento contido e educado com os invasores, flagrado por imagens do Palácio do Planalto pouco depois colocadas sob sigilo, mostrando orgulho por ter conduzido 182 manifestantes para detenção no segundo andar logo após a demorada chegada de reforços.

Questionado sobre a declaração de Lula de que "alguém abriu a porta", facilitando a invasão, Gonçalves Dias evitou comentar diretamente sobre a afirmação do presidente, mas ilustrou que "cada janela quebrada era uma porta aberta". Ele também rejeitou as críticas ao não acionamento efetivo do Plano Escudo de defesa do Palácio, afirmando que o protocolo estava ativo, sim, embora não tenha falado quais as razões do protocolo não ter funcionado.

O general não respondeu às perguntas do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), demonstrando clara impaciência. O parlamentar comentou que o silêncio dele "diz mais sobre ele do que sobre mim". Sobre o alerta de Saulo Moura, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sobre o risco iminente da invasão, Gonçalves Dias citou mensagens contraditórias sobre a gravidade da situação.

Quanto ao pedido para excluir seu nome dos relatórios de mensagens do sistema de inteligência, ele afirmou que apenas preferiu indicar o GSI como destinatário, pois considera a instituição nomeada mais adequada, além do fato de não ter o costume de integrar grupos de WhatsApp. Finalmente, destacou que foi por vontade própria ao Palácio naquele dia, priorizando proteger o gabinete presidencial e, sobretudo, evitar derramamento de sangue.

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