• Carregando...
Três Hercules da Força Aérea Brasileira deram início ao segundo dia de buscas ainda na madrugada desta terça-feira | Luis Correas/Reuters
Três Hercules da Força Aérea Brasileira deram início ao segundo dia de buscas ainda na madrugada desta terça-feira| Foto: Luis Correas/Reuters

Italiana que visitou o Paraná estava no voo

A consultora da EVERT, uma agência de desenvolvimento da região da Emilia-Romagna, na Itália, Claudia Degli Esposti, de 55 anos, estava no Voo 447 da Air France. Ela fazia parte de uma comitiva italiana que esteve no Paraná na semana passada a convite do Sebrae para conhecer projetos na área de vestuário em Curitiba, Imbituva e Maringá. O outro membro italiano da comitiva, Antonio Franceschini, executivo da confederação de empresas CNA – Federmoda, antecipou a volta para Europa e embarcou em outro voo.

Outros três passageiros que estavam no voo 447 da Air France, que desapareceu na costa brasileira nesta segunda-feira (1º), eram italianos que estiveram em uma missão oficial na cidade de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, durante a última semana.

Leia a matéria completa

Nacionalidades

Brasileiros e franceses formavam a maioria dos passageiros. O voo AF 447 seguia para Paris e, aproximadamente às 23h do domingo (31), sumiu dos radares dos controles aéreos quando sobrevoava o Oceano Atlântico e atravessava uma área de turbulência.

Entre os ocupantes do avião - 216 passageiros e 12 tripulantes, segundo a Air France - há um bebê, sete crianças, 82 mulheres e 126 homens.

Segundo o site da companhia, estavam a bordo 58 passageiros brasileiros e 61 franceses, além de 26 alemães, 2 norte-americanos, 1 sul-africano, 1 argentino, 1 austríaco, 1 belga, 5 ingleses, 1 canadense, 9 chineses, 1 croata, 2 espanhóis, 4 húngaros, 3 irlandeses, 1 islandês, 9 italianos, 5 libaneses, 2 marroquinos, 1 filipino, 2 poloneses, 1 romeno, 1 russo, 3 eslovacos, 1 dinamarquês, 1 estoniano, 1 gambiano, 1 sueco, 6 suíços, 1 holandês, 3 noruegueses e 1 turco. A tripulação, de acordo com a empresa, era composta por 11 franceses e 1 brasileiro .

A lista oficial de passageiros ainda não foi divulgada, uma vez que a empresa tentava entrar em contato com todas as famílias antes de revelar os nomes.

A Polícia Federal do Brasil, por sua vez, contabilizou 57 brasileiros a bordo - 56 passageiros e um tripulante, segundo a Anac. Inicialmente, haviam sido registradas 52. A nota da Anac informa que havia alguns passageiros com dupla nacionalidade.

Telefones

A Air France colocou à disposição de familiares um telefone que centraliza informações sobre o acidente: 0800 881 2020 para o Brasil, 0800 800 812 para a França e + 33 1 57 02 10 55 para outros países.

Ministro visita familiares do voo 447

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, chegou na tarde desta terça (2) ao hotel Windsor, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, onde estão os parentes dos passageiros do voo 447 da Air France, que desapareceu no domingo (31).

O ministro chegou acompanhado de vários seguranças, e entrou pela porta lateral do hotel. Jobim não falou com a imprensa.

  • Airbus A330-200, semelhante ao avião desaparecido da Air France
  • Das 228 pessoas que estavam a bordo do Voo 447, 58 seriam brasileiros, segundo a Air France
  • Da esquerda para a direita entre o círculo, os três passageiros do voo AF 447: Luigdi Zortea, prefeito de Canal San Bovo; Rino Zandonai, diretor da Associação Trentinos no Mundo (no centro); e Geovanni Batistta Lenzi, deputado da Província Autônoma de Trento
  • Luiz Roberto Anastácio, presidente da Michelin para a América do Sul, estava no voo 447
  • O rádio-amador André Sampaio forneceu as primeiras informações sobre os objetos encontrados no oceano
  • Lucas esteve no Brasil para assistir o enterro do pai, que faleceu há 15 dias
Veja também

Os primeiros relatos de observação dos possíveis destroços de um avião da Air France desaparecido sinalizam o início do que deverá ser uma das operações mais desafiadoras já organizadas para recuperar uma "caixa-preta".

A caixa, que na verdade se constitui em dois aparelhos diferentes contendo gravações das vozes da cabine do piloto e dados de instrumentos, representa a melhor oportunidade de descobrir por que o Airbus sumiu numa tempestade sobre o Atlântico na rota Rio de Janeiro-Paris com 228 pessoas a bordo.

Os equipamentos são programados para enviar sinais de orientação ao atingir a água, mas apenas localizá-los apresenta-se como uma das tarefas de resgate mais árduas desde a exploração do Titanic e, com sorte, poderá levar meses, dizem especialistas.

Se estiverem em águas tão profundas como temem algumas pessoas, 4 mil metros ou mais, submarinos-robô chegarão a seus limites. No entanto, outros desastres do passado levaram a progressos na tecnologia, trazendo esperança para se descobrir o que aconteceu.

"Há uma boa chance de o gravador ter sido preservado, mas o problema principal seria encontrá-lo", disse Derek Clarke, diretor administrativo adjunto da Divex, com sede em Aberdeen, que projeta e constrói equipamentos de mergulho militar e comercial.

"Se você pensar no tempo que se levou para encontrar o Titanic e que os destroços devem ser menores, o que se procura é uma agulha num palheiro. Há uma extensa área para pesquisar e é possível gastar meses usando sonares a uma grande profundidade."

As caixas-pretas têm um sinalizador para debaixo d'água chamado "pinger" que é acionado quando o gravador está imerso em água. O sinalizador é capaz de transmitir a partir de profundidades de até 4.300 metros, de acordo com o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos.

Recorde de profundidade

Clarke passa o tempo preparando-se para o impensável como parte de uma rede industrial que permanece de sobreaviso para ajudar em resgates submarinos.

Mas a profundidade nessa faixa do oceano excede o máximo de 600 metros ao qual qualquer Marinha poderia tentar um resgate submarino bem-sucedido, disse um experiente especialista em mergulho da Marinha Real Britânica.

O Brasil informou na terça-feira que aviões militares localizaram destroços a cerca de 650 quilômetros de Fernando de Noronha (PE).

Com base nas notícias da provável localização do avião, Neil Wells, professor de oceanografia e meteorologia do Centro Nacional de Oceanografia da Grã-Bretanha, disse que a caixa-preta poderia estar a mais de 4 mil metros abaixo da superfície.

"Não há dúvida sobre isso; os limites da tecnologia serão pressionados. Não é uma operação fácil."

A indústria do petróleo tem capacidade significativa de operar equipamentos em grandes profundidades, mas o faz apenas até os 3 mil metros, disse Clarke.

Profundidades como essas estão bem abaixo do alcance de embarcações com tripulação.

Uma série de "prowlers" para águas profundas, como o Alvin da Marinha dos EUA, que vasculhou os destroços do Titanic a 4 mil metros de profundidade no Atlântico em 1986, pode ser equipado para essas profundezas.

Um relatório da Marinha norte-americana baseado em desastres similares, divulgado sob a Lei de Liberdade de Informação no ano passado, considerou possível resgatar destroços de aeronaves, incluindo caixas-pretas, em profundidades de até 6 mil metros.

O documento citou avanços na tecnologia desde a década de 1980, como sonares para vasculhar o fundo dos oceanos, novos softwares e sinalizadores acústicos ou "pingers" que indicam a localização debaixo da água.

As duas caixas-pretas do acidente com o vôo 182 da Air India foram recuperadas. A aeronave explodiu perto da costa irlandesa em 1985.

Elas foram encontradas a cerca de 2 mil metros de profundidade, numa operação que durou mais de duas semanas.

Dois anos depois, o avião do vôo 295 da South African Airways caiu no Oceano Índico perto de Maurício, deflagrando a busca de uma aeronave em águas mais profundas já realizada. Os investigadores encontraram o gravador de voz do cockpit após três meses de busca a mais de 4.200 metros de profundidade, o recorde até agora.

Sejam quais forem os desafios, os especialistas afirmam que os interesses são muito grandes para desistir de uma busca. "Não saber seria totalmente inaceitável para a Airbus e para a aviação em geral", disse David Learmount, editor de segurança e operações da revista britânica Flight International.

A Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou na manhã desta terça-feira (2)que aviões de resgate encontraram objetos que podem fazer parte de supostos destroços do Airbus A330 da Air Francem que desapareceu na madrugada de segunda-feira (1º) quando seguia do Rio de Janeiro para Paris. No entanto, ressalta o coronel Jorge Antônio Amaral, vice-chefe do Centro de Comunicação da Aeronáutica, não é possível informar ainda se efetivamente são pedações do avião desaparecido. As imagens dos objetos devem ser divulgadas no fim da tarde desta terça-feira (2).

De acordo com a Aeronáutica, a descoberta aconteceu por volta da 1h da madrugada, por aviões a que estavam sobrevoando a Noroeste de Fernando de Noronha. Os aviões também encontraram mancha de óleo no local, a cerca de 700 km de Noronha e a quase 160 km das ilhas de São Pedro e São Paulo. As informações tereiam partido de um radio-amador em Fernando de Noronha.

Ainda de acordo com o coronel, foram avistados uma poltrona de avião, uma boia laranja, pequenos pedaços brancos e um tambor. Amaral informou também que os destroços foram apenas localizados, mas não recolhidos, uma vez que os navios da Marinha brasileira responsáveis pelas buscas já foram deslocados mas ainda não chegaram ao local. A confirmação de que se trata do Airbus A330 só será feita depois que o material for recolhido e analisado.

Buscas

As buscas ao avião entraram no segundo dia nesta terça-feira (2). Segundo a Air France, o sumiço do Airbus 330-200 ocorreu a meio caminho entre as costas brasileira e africana. As autoridades francesas reconheceram que são escassas as possibilidades de encontrar sobreviventes, mais de 30 horas depois do acidente, ocorrido em uma zona marítima de grande profundidade, pouco mais de quatro horas depois da decolagem do Aeroporto do Galeão, no Rio.

Dois aviões militares franceses (um Breguet Atlantique e um Falcon 50) recomeçaram de madrugada as operações de busca, um deles em uma região onde um piloto da TAM disse ter visto "manchas alaranjadas". Um navio francês fez buscas na área, mas não detectou vestígios.

O ministro francês de Transportes, Jean-Louis Borloo, disse que a "prioridade absoluta" das autoridades francesas é "encontrar as caixas pretas". Ele disse que a zona onde deve ter ocorrido o desaparecimento está "quase completamente delimitada".

O ministro francês da Defesa, Hervé Morin, disse que as buscas prosseguirão "pelo tempo que for necessário".

Três aviões da Força Aérea Brasileira decolaram nas primeiras horas desta terça para dar prosseguimento às buscas.

As três aeronaves Hércules C-130 decolaram às 3h45, 4h e 4h40 para prosseguir as buscas sobre o oceano após dois outros aviões militares terem retornado à ilha de Fernando de Noronha, localizada a 545 quilômetros da costa de Recife, sem qualquer sinal do Airbus A330.

"Neste momento três aeronaves C-130 estão realizando as buscas em áreas diferentes do Atlântico. Uma quarta aeronave tem decolagem prevista ainda para esta manhã", disse por telefone à France Presse uma assessora da FAB em Brasília.

Um avião francês Falcon 50 e uma aeronave norte-americana P-3 também foram colocadas à disposição, segundo a FAB. EUA

Os Estados Unidos também ajudam a tentar descobrir o que aconteceu com o Airbus A330 da Air France que desapareceu na segunda-feira sobre o Oceano Atlântico, afirmou o presidente Barack Obama ao canal francês i-TV.

"Os Estados Unidos darão toda a ajuda necessária para compreender o que aconteceu", afirmou Obama em uma entrevista exclusiva à emissora francesa.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]