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Policiais militares comandam a ação de desocupação em área invadida no bairro Guarituba, em Piraquara | Divulgação / Prefeitura de Piraquara
Policiais militares comandam a ação de desocupação em área invadida no bairro Guarituba, em Piraquara| Foto: Divulgação / Prefeitura de Piraquara

A desocupação da área de proteção ambiental invadida por cerca de 350 famílias no bairro Guarituba, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, começou na manhã desta quinta-feira (2). Cerca de mil policiais, com 50 oficiais da cavalaria e 110 carros de polícia, participam da ação. A prefeitura de Piraquara também mantém uma equipe de 50 pessoas e oferece estrutura de ônibus, caminhões e carros.

Segundo secretário do Meio Ambiente do município, Gilmar Clavisso, até as 17h, cerca de 60% das famílias que estavam na área invadida já haviam deixado o local. A Polícia Militar (PM) informou que duas pessoas foram detidas durante o dia. Uma delas é Antônio de Jesus, conhecido como Lula, e um dos líderes do movimento que invadiu a área. Ele foi detido por desobediência, resistência e obstrução à Justiça, além de crime ambiental. O homem foi encaminhado para a unidade móvel do fórum da Comarca de Piraquara, para julgamento realizado pelo juiz de plantão.

Um termo circunstanciado foi lavrado pela Força Verde por ele impedir ou dificultar a regeneração da vegetação nativa, já que havia 143 barracos construídos na área de 8.3 hectares. Ele recebeu uma autuação administrativa de R$ 5 mil por hectare de área obstruído, cerca de R$ 45 mil ao todo. A Força Verde também vai encaminhar um ofício ao Ministério Público (MP) informando sobre a autuação. Cabe ao MP propor uma ação penal.

A outra pessoa presa não teve a identidade divulgada. Ela seria foragida da Justiça de Colombo.

Tensão

O clima na ocupação foi de tensão, já que muitos moradores alegam não ter para onde ir. Para ajudar na negociação estiveram no local Maria Joana Tarachinki, presidente da Associação de Proteção e Desenvolvimento de Moradores (Apodem), que atua no município, e Felipe Spack, advogado que representa os moradores.

Segundo Spack, os moradores planejavam fazer um protesto na frente da prefeitura de Piraquara, porque eles não têm onde ficar.

As casas estão sendo desmontadas pela prefeitura. O material é separado, ganha a identificação dos proprietários e é levado para a Escola Municipal Henrique de Souza, onde ficará guardado.

A Rodovia João Leopoldo Jacomel, que dá acesso à Piraquara e Pinhais, foi parcialmente bloqueada para que a desocupação pudesse ser realizada.

Desocupação

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, as famílias que estavam no terreno do Guarituba terão seus cadastros checados para serem encaminhadas a programas de habitação popular.

A justiça já havia determinado a desocupação da área, que foi invadida durante o feriado de Nossa Senhora Aparecida, no mês de outubro. O terreno, além de ser uma área de mananciais, é propriedade particular. A reintegração de posse foi determinada pela juíza Diocélia da Graça Mesquita Fávaro.

Apoio

A Polícia Militar (PM), por meio do Batalhão Metropolitano (17º batalhão), comanda a ação. A desocupação é supervisionada pelo 1º Comando Regional de Polícia Militar de Curitiba, pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), e acompanhada por Oficial de Justiça e Prefeitura Municipal.

Policiais militares dos Batalhões da Capital (12º, 13º, 20º), do Batalhão de Operações Especiais (BopE), Policia Rodoviária (BPRv), Regimento de Polícia Montada (RPMom), Batalhão de Polícia de Guarda (BPGd), Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) e Companhia de Operações e Eventos também integram as equipes.

Invasão

A invasão, iniciada com cerca de 100 famílias em outubro, triplicou de tamanho em um mês. Cerca de 350 famílias viviam nos terrenos irregularmente ocupados desde outubro, durante o feriado de Nossa Senhora Aparecida. No dia 20 de outubro, a Justiça acatou o pedido de reintegração de posse de um dos lotes. A liminar não havia sido cumprida.

A área invadida tem restrição para ocupação porque é zona de mananciais que concentra 70% da água potável consumida por Curitiba. A área também é zona de preservação permanente e vários dos lotes são propriedade privada.

No mesmo bairro, estão sendo realizadas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, como a construção de canais de drenagem e casas. Nessa região moram cerca de 8 mil pessoas.

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