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Em Londrina, no Norte do estado, 78,9% das 20 mil pessoas que aguardam na fila esperam entre 26 e 42 meses pelo atendimento em alguma especialidade. As clínicas mais procuradas são dermatologia, ginecologia, proctologia, ortopedia/ombro, ortopedia/coluna. Em três dessas cinco especialidades houve redução de um a dois meses no tempo máximo de espera. Em outras duas, a situação se agravou, com aumento de até 10 meses. O número de atendimentos em cada uma delas também sofreu poucas mudanças.

Entre setembro do ano passado e setembro deste ano, o tempo máximo de espera por uma consulta em dermatologia baixou de 40 meses para 38 meses; em ginecologia, caiu de 34 meses para 33 meses, e de ortopedia/coluna, passou de 28 para 26 meses. "Praticamente não houve mudança nestas especialidades", reconhece o secretário municipal de Saúde, Mohamad El Kadri. Já em proctologia e ortopedia/ombro, a situação se agravou. O tempo máximo de espera em proctologia aumentou de 32 para 42 meses e o de ortopedia/ombro passou de 31 para 40 meses.

Ginecologia e ortopedia continuam com a pior média de atendimentos/mês, 26 e 24, respectivamente. Outro fator preocupante é o tempo de espera para pacientes classificados como Risco 3, que têm prioridade no atendimento de especialidades e, por isso, deveriam esperar o mínimo possível. No entanto, chegam a ficar na fila até um ano e quatro meses. É o caso de 69 pessoas encaminhadas para ortopedia/ombro.

Na ginecologia, 44 pessoas esperam até seis meses pelo atendimento; na proctologia, são 38 pacientes que esperam por quatro meses e na dermatologia são 28 pessoas que aguardam por dois meses por um atendimento. Ortopedia/coluna tem o menor tempo de espera para Risco 3, um mês.

"Conseguir uma consulta com especialista é uma vida", diz paciente

A dona de casa Edna da Cruz Jardim, 55 anos, tem várias experiências de longa espera por atendimento com especialista nas UBSs de Londrina. A mais traumática ocorreu quando a filha Ednéia, 28 anos, precisou de dermatologista. "O cabelo dela começou a cair e procurei o posto de saúde, que indicou a necessidade de dermatologista. Foram quatro anos esperando." Ano passado, a filha precisou novamente de especialista ao cair e torcer o joelho. De novo uma longa espera. "Desta vez, esperei três meses e paguei uma consulta particular. Não dava para esperar."

Chrisley Machado, 18 anos, esperou três meses por uma consulta com ginecologista no ano passado. A diarista Natalina Salcedo, 49 anos, espera há seis meses por uma consulta na ortopedia para dar continuidade a um tratamento no ombro. "Há dois anos eu fazia tratamento com um médico, mas ele parou de atender e eu tive que entrar de novo na fila para conseguir vaga com outro ortopedista." Enquanto espera, a dor no ombro aumenta e limita sua vida.

Após seis meses aguardando consulta com um neurologista, a vendedora Rosângela Rodrigues, 27 anos, foi atendida, fez os exames solicitados e, então, esperou um ano pelo retorno. "Achei até que os exames já estariam vencidos." Ela tem um tumor na hipófise, uma glândula no cérebro. "Conseguir uma consulta com especialista é uma vida."

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