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O contato com a água suja e a lama durante a limpeza das casas e a ingestão de alimentos mal lavados, após o fim dos alagamentos, merecem atenção especial. É preciso permanecer em alerta para detectar os sintomas de contágio de doenças típicas das inundações, como a leptospirose, hepatite A e infecções intestinais.

As três doenças têm formas de contágio diferentes (ver box ao lado). Como o período para manifestação dos sintomas pode demorar até um mês, a hepatite A e a leptospirose podem matar. "É uma espécie de segunda onda. Depois da destruição e dos estragos, esse tipo de doença costuma atacar a população que viveu a situação", diz o professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR) e Universidade Federal do Paraná (UFPR) José Luiz de Andrade Neto.

Ele explica que o principal cuidado que se deve ter é com a ingestão de líquidos. É preciso ter a certeza de que a água é oriunda de local confiável e, em caso contrário, deve se adotar medidas para evitar a contaminação, como o velho hábito de fervê-la antes de beber. De acordo com Andrade Neto, a água contaminada é, geralmente, a principal forma de contágio, porque é usada para lavar alimentos. "O cozimento dos alimentos, nesses momentos, é de extrema importância", afirma.

Moacir Pires Ramos, professor de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Universidade Positivo, explica que o uso de botas e luvas na hora de limpar a casa evita o contato com a leptospirose. Durante a enchente, a urina do rato está diluída em grande quantidade de água e oferece poucos riscos. O problema está nas poças d’água e na lama, onde a concentração é maior. "O uso de equipamentos que evitem o contato com a água é essencial. E a lavagem deve ser sempre feita com hipoclorito (água sanitária) para acabar com a bactéria transmissora", afirma

As poças d’água, após o fim das enchentes, são outro problema. A água parada se torna ambiente perfeito para o desenvolvimento de mosquitos transmissores de enfermidades perigosas, como a dengue.

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