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Por conta de um sistema de informática lento, a emissão de Carteiras de Trabalho e Previdência Social (CTPS) caminha a passos de tartaruga em várias unidades do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) do Paraná, incluindo a de Maringá.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sindprevs) no Paraná, Ruy Santos, o sistema sai do ar com frequência. "Por conta disso, o funcionário fica numa situação desconfortável, porque, para muitas pessoas, parece que é má-vontade de trabalhar".

Em Maringá, o servidor Eurídes Roque de Oliveira afirma que, por conta do sistema de informática, os dois terminais conseguem fazer apenas cerca de oito carteiras por hora. Como a unidade atende a 130 municípios, as carteiras demoram até quatro meses para ficar prontas. "Se fosse feita manualmente, como ocorre em várias cidades do interior de outros Estados, a carteira ficaria pronta no mesmo dia", diz.

O gerente-regional do MTE de Maringá, Lauro Souza, confirma que o sistema é a principal causa da atraso na emissão de carteiras. "Posso falar com toda a segurança que, desde agosto do ano passado, quando instalaram o sistema Web CTPS, a emissão é mais lenta", afirma. "O funcionários, não só de Maringá, reclamam bastante."

Souza acrescentou que, por conta dos problemas, existe a expectativa de que a capacidade de recepção de dados do sistema seja ampliada em breve, a fim de otimizar a emissão das CTPSs.

Greve

Além do problema do sistema de informática, há outro agravante: os funcionários administrativos das unidades do MTE do Paraná e de outros Estados estão em greve. Por conta disso, apenas metade dos servidores estão trabalhando, para obedecer uma liminar do Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

Em Maringá, são cerca de cinco funcionários por dia, dividindo-se entre os serviços de emissão e entrega de CTPS e solicitação de seguro-desemprego.

"Distribuímos, todas as manhãs, 45 senhas para emissão da carteira e solicitação de seguro-desemprego e outras 40 para a retirada das carteiras prontas", conta Oliveira. "Para conseguir pegar uma senha, as pessoas têm chegar muito cedo, por volta das 5h."

A greve

A paralisação já ultrapassou 150 dias em Apucarana, Cascavel, Curitiba, Foz do Iguaçu, Maringá, Paranavaí e Ponta Grossa. Em outros Estados, a quantidade de dias é semelhante. A classe reivindica plano de carreira e aumento do tempo de atendimento ao público de oito para doze horas diárias, divididas em dois turnos de seis horas.

Segundo representantes da categoria, esses funcionários do MTE são os que têm os menores salários dos servidores federais. "Dos 3 mil servidores admitidos desde agosto do ano passado, 50% já pediu demissão", diz o diretor do Sindprevs, Ruy Santos.

Por conta do período eleitoral, o Ministério do Planejamento comunicou que não poderá atender às reivindicações dos servidores. No entanto, segundo Santos, o ministério abriu caminho para que o comando de greve nacional entregue proposta de uma gratificação especial para os servidores. "Para demonstrar boa vontade, o comando elaborou a proposta, que será enviada para o ministério", afirma. "Contudo, a orientação é que, mesmo que a gratificação seja dada, continuaremos em greve, até que as reivindicações sejam acatadas."

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